Esses dias foram difíceis, quase rolou um divórcio. O queridão de casa dá ouvidos demais para os outros (prefiro não citar) e de menos para a própria “esposa” (não casamos no papel então não me considero tão esposa assim). Começou com ele achando que eu tinha que fazer comida todo dia para o bebê (???!) Porque segundo ele, congelar é errado, perde os nutrientes (quero saber desde quando ele é nutricionista), a comida não será fresca.
Abstrai, fingi demência e fiz o que achei que tinha que fazer (aliás, a cara de tacho dele quando a pediatra falou que era normal e não afetava em nada foi impagável). Depois disso, começaram as brigas por causa de estudo. Ele e certas pessoas, acham que eu não devo estudar, devo ser mãe em tempo integral até que nosso filho esteja grande (oh azideia) mas nunca na vida, na Terra que eu iria abandonar a Faculdade, ainda mais no último ano.
Arrumei um cursinho (de graça) a tarde enquanto não estou trabalhando, pronto, aí a briga estava armada. Ele começou a dizer que sou relapsa, que não penso no nosso filho e tantas outras atividades que prefiro não relembrar pra não tacar tudo na cabeça dele.
Foi uma semana de brigas intensas, eu arrumei minhas coisas e decidi que iria embora. Foi uma decisão difícil, afinal eu não tenho um lugar seguro pra ir, mas como viver daquele jeito com um homem que acha que só ele tem direito de tocar a vida (sim, porque ele voltou a estudar tranquilo, mas eu não posso)? Foi complicado. Depois de muita conversa, até mesmo sobre como faríamos com a guarda do bebê, resolvemos tentar novamente, sem ele se interferir nos meus estudos, ele falou até sobre me ajudar com a casa (coisa que não faz, por isso está um chiqueiro, eu não moro lá sozinha, não tenho que dar conta de tudo sozinha).
Vamos ver, vamos tentar, talvez ele realmente mude, até porque nós chegamos em um consenso e entendemos que se não houverem mudanças de nós dois, isso acabará mais rápido que dinheiro na mão do governo.
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Relato Anônimo