Mulheres-mães protagonistas da própria história

Solidão – Por: Anônimo

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Idade: 33 anos.

Mãe solo: 7 anos.

Solteira: 4 anos.

Último encontro romântico (leia: sexo): 1 ano.

Filha deficiente.

Família abusiva: “Quem mandou ter filho?”, “Quem mandou abrir as pernas?”, “Pensasse antes”.

As amigas todas casadas ou namorando. Assisto de camarote. Participo das críticas, das vitórias, comemoro, choro com elas. E eu? Não posso, ninguém fica com a minha filha para eu viver e me relacionar um pouco, para eu ter a chance de conhecer alguém.

Fico sozinha e vejo todos felizes. E eu? Nada. Quando eu digo que não desejo me casar: “Não desista! Você vai encontrar o amor!”, dizem.

E quem fica com ela? “Quem mandou abrir as pernas?”, dizem.

O pai não quer saber e a família não dá apoio, mas “não desista” dizem. Só não sei do que eles querem que eu não desista. Sei que um dia ela vai crescer, mas eu me sinto sozinha agora.

Baixo o Tinder, dou meia dúzia de match, converso com 2, desinstalo o aplicativo. Não tenho tempo sozinha para encontrar alguém. Me cadastro e descadastro em sites. Chego ao fundo do poço e penso em pagar uma agência, desisto. Não tenho horário, não tenho lugar, não vou apresentar minha filha no primeiro encontro. Talvez nunca apresentaria para aquele pretendente também…

Qual o homem que vai querer passar seus momentos com a namorada em parques de diversão segurando um algodão doce? Qual o cara que vai encarar um relacionamento sem intimidade? Não tenho tempo, não posso, ninguém ajuda.

“Não desista”, eles dizem. Eu desisti, só que a solidão bate, espanca, afoga. Baixo de novo. Desinstalo. E fico nesse ciclo vicioso. Sozinha e assistindo de camarote a chance das outras pessoas terem um relacionamento.

“Um dia ela cresce”, eles dizem. Mas eu me sinto só agora.

Depoimento anônimo.

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