Por Christelle Maillet | @maescomhumores
Por que precisamos chegar ao fundo do poço e ter nossa saúde mental prejudicada para nos dar conta de que precisamos cuidar dela sempre? Por que aprendemos mais com nossas dores?
Como mães não fomos ensinadas a ter o direito de adoecer, de nos queixar e de receber apoio, principalmente no período perinatal da gravidez até o pós-parto. Aprendemos a silenciar nossas necessidades para só deixar lugar às necessidades dos nossos bebês e crianças.
Alguém pergunta se a mãe está bem? Pergunta-se como está o bebê, se ele mamou bem, se ganhou peso, se está dormindo bem, etc.
Precisamos transformar a saúde mental materna numa causa, ou seja, sair da esfera privada para uma esfera pública e política, entendendo que isso é uma questão de saúde pública. Precisamos de conscientização, prevenção e ação.
A saúde mental da mãe reflete diretamente no bem-estar das crianças e da família em geral. O cenário no Brasil é preocupante: altos números de violência obstétrica, feminicídios e mães solo, falhas do sistema de saúde e difícil acesso a uma rede de apoio.
No Brasil quase 25% das mães sofrem de depressão pós-parto e muitas não são diagnosticadas e não recebem o tratamento e apoio necessário. Precisamos ganhar voz, e essa luta não deveria ser só das mães, precisamos do envolvimento e comprometimento também dos poderes políticos e da sociedade como um todo.
Revisão: Gisele Sertão @afagodemaeoficial