Mulheres-mães protagonistas da própria história

O tempo da criança é diferente do tempo dos pais

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Outro dia ocorreu um fato que me deixou muito pensativa. Eu estava organizando a casa, para logo depois sair para fazer uma prova de um concurso público. Estava um pouco ansiosa e pensando que poderia ter me dedicado mais nos estudos e tal. 

Enquanto eu e minha amiga estávamos limpando a casa o Oliver derramou água no chão, eu peguei o pano e pedi pra ele secar, mas não fui atendida e ele me pediu colo, mas eu não dei e pedi mais uma vez para ele secar o chão e mais uma vez não foi feito o que eu pedi e o colo foi pedido novamente e negado.

 A partir daí iniciou-se uma disputa desnecessária entre nós dois, ele andando pela casa atrás de mim pedindo colo e eu negando, tentei outras formas dele cumprir o que eu tinha falado e mais uma vez não foi feito, óbvio. E assim foi por um longo tempo.

O pai tentou pegá-lo no colo e eu disse que não era para fazer, pois naquele momento ele tinha que me obedecer. Depois de um tempo as coisas se acalmaram e mesmo assim ele não secou a água e nem eu o peguei no colo quando ele quis. 

Quando fomos tomar banho ele ganhou o colo que tanto queria e me deu um lindo sorriso e um abraço tão gostoso que as minhas lágrimas caíram instantaneamente, me veio uma grande culpa e decepção com a minha forma de agir. Refleti que não havia necessidade de eu ter exigido tanto dele, uma coisa tão pequena. 

Geralmente quando ele molha ou suja algo, ele mesmo pega um pano para limpar, sem eu precisar pedir, mas naquele momento a sua necessidade era outra: um pouco da minha atenção. Eu não o acolhi como de costume, deixei que o meu nervosismo chegasse até ele e assim foi criando-se uma bola de neve mais estressante ainda. 

Os meus sentimentos não foram compreendidos por mim mesmo e nem compreendi os sentimentos do meu filho. Havia várias outras formas daquela situação ter sido resolvida, mas eu como a adulta escolhi a mais desafiadora por querer mostrar autoridade.

Nós no papel de pais queremos mostrar quem manda, mas quando a criança é acolhida quando precisa, é respeitada e compreendida isso ocorre de uma forma mais leve. 

As crianças precisam de limites sim, isso é de grande importância para o seu desenvolvimento, mas elas também precisam ser entendidas e respeitadas dentro dos seus próprios limites.

Como mãe eu me senti falha e também me percebi mais humana e que eu não preciso ser perfeita para o meu filho, eu só tenho que ser a mãe dele quando ele precisar de mim.

E você quantas vezes percebeu que cobrou do seu filho aquilo que ele não era capaz de dar naquele momento?

Quantas vezes deixou seu estado emocional interferir na forma de agir, quando poderia ter feito de uma maneira mais assertiva e menos estressante para ambos?


Autora: Rosangela Dantas de Figueiredo. Instagram: @rosangela.dfigueiredo. Psicóloga, Mãe do Oliver. Amo comida e a vida. Desejo mais respeito e paz no mundo.


Este texto foi revisado por Arícia Oliveira.

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