Ainda neste mês especial das mães, quis trazer um assunto que tem a sua importância para nós, mulheres-mães: “a nossa menina interior”, pois é essa relação de autocuidado que muito tem a ver com a mãe que nos tornamos.
Através daquela série da Netflix “Anne With An E”, ela nos faz depararmos com lembranças de conflitos internos da infância e adolescência, embora se passe no século 19. A trama nos põe a pensar sobre nós mesmas, sobre as relações que construímos, do quão é importante esse afeto com nossas lembranças da infância e com as emoções vividas.
Nós, meninas-mulheres-mães deveríamos ter mais cuidado sobre como nos sentimos, nos permitir reviver essas memórias de criança e, com todo o amor, dialogar com esse “eu interior” mais jovem, com o intuito de buscar a cura para sentimentos negativos vividos e, por que não, buscar nessa introspecção, soluções para problemas recorrentes da nossa vida adulta.
Esse, é um trabalho catártico incrível, segundo pesquisadores holísticos. Ressignificar essas vivências do passado, de modo que nos faça aprender com ele, repensar sobre nosso relacionamento com a nossa mãe e, claro, ter a oportunidade de nos tornarmos mães melhores, sem aquela repetição de padrão de um ou outro comportamento negativo e/ou agressivo com nossos filhos e filhas.
Dizem que somos o resultado de como nos relacionamos com a nossa mãe na infância. Você já parou para pensar nisso? Como era sua relação com sua mãe antes de se tornar mãe também? E agora, o que mudou? Estas questões dizem muito sobre que tipo de mãe você se tornou e como pretende seguir a partir de então.
Temos a oportunidade de sermos melhores todos os dias. Essa conversa com a “nossa menina interior” é contínua e necessária. Num primeiro momento ela é dura, dolorida, difícil e nos expõe a sentimentos profundos de dor e medo. No entanto, é justamente esse diálogo franco que ajuda a curar as feridas, lembrando das nossas partes que foram quebradas, desnutridas, maltratadas, envergonhadas, descartadas, deixadas para trás… agora somos mais fortes, e mais, queremos que nossos filhos e filhas tenham o melhor da gente, então, essa conversa com a” nossa menina interior” é imprescindível.
Para te ajudar nesta jornada de amor e perdão, gostaria de compartilhar uma carta aberta para a “nossa menina interior” através do perfil do Instagram @pazeequilibrio… Sem pressa. Leia esta carta como se fosse sua. (é útil colocar a mão no coração ou na barriga enquanto lê).
Diga a sua menina interior…
“Você está bem. Está tudo bem. Eu sei que você se machucou. Eu vejo como você se cobriu, se fechou para evitar o perigo. Você precisava se proteger e estava fazendo o melhor que podia com o que sabia. Por isso, agradeço. Você não precisa mais se esconder. Você não precisa excluir as pessoas. Você não tem nada para provar. Você não precisa mais segurar isso, essa vergonha, essa decepção, essa agonia. Você não tem que se segurar. Está tudo bem deixar ir. Você está segura agora. Estou aqui com você, com novos conhecimentos e melhores ferramentas. Sobre aquelas coisas que você gostaria de ter lidado melhor ou aprendido mais cedo, sinto muito. Eu amo Você. Você ainda é muito amada. Você esquece às vezes, mas sempre foi amada. Você sempre foi o suficiente. Eu posso não ter te visto sempre, mas eu vejo você agora. Posso não ter ouvido sempre, mas estou ouvindo você agora. Quero que toda a raiva que você enterrou volte para o ar. Quero mostrar-lhe novas maneiras de lidar com a dor. Você não precisa mais se esconder. Está tudo bem estar na luz. Mostre-me o que precisa ser curado, mesmo que tenha que me mostrar em lágrimas. Eu farei o meu melhor para fazer o certo por você. Eu te vejo. Eu te amo, minha menina”. #MSA.
Enriquecendo o nosso vocabulário:
Série “Anne with an E” da Netflix: é uma série de televisão canadense adaptada da obra clássica da literatura infantil de 1908, Anne of Green Gables, de Lucy Maud Montgomery. A série foi modelada pela escritora e produtora vencedora do Emmy, Moira Walley-Beckett. Recebeu críticas positivas e ganhou o Canadian Screen Award de Melhor Série Dramática em 2017 e 2018. A série recebeu críticas positivas como questões relacionadas à orfandade, traumas psicológicos, abandono, entre outras questões sociais como pressão por conformidade, desigualdade de gênero, racismo, homofobia, religião e liberdade de expressão.
Autora: Elaine Piovezan – @maes_s.a.