De todos, nós as mulheres,
Sofremos mais;
Oxalá se me tirassem a vida,
Mas é a dignidade que se me escapa,
Pelas mãos ao ser violentada;
Que sentido há, num filho partir
Antes da sua mãe?
Lutarei do seu lado, pegarei na arma,
Que passe por mim a bala que quiser o atingir.
Mulheres somos milhares, nos coloquem na vossa frota,
Que nos tornaremos, milhares de milhares;
Caminharemos mesmo sem botas,
Quero ver o pico que em mim vai coexistir.
Somos o reforço, o apoio, o osso,
A vergonha do homem que morre por nossas armas,
Tire de mim a bala, o filho, é a mesma dor
Que sai pelas minhas entranhas.
Alberto, Luís, filhos meus,
Não esqueço de tais nomes, cuja vida,
Me foi arrancada; suas placas de metal,
Com o tempo não passarão de objectos com nome,
Que levaremos em nossos pescoços, que mal.
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Autora: Tomásia Augusto / @tomasiadosfant
