Me tornei mãe. Na verdade, já sou mãe há quase três anos. Agora à espera do segundo, com a insônia batendo, parece que tenho mais sensibilidade ao que é ser mãe, talvez sejam os hormônios, não saberei. Mas, no momento, com um filho de dois anos e meio, eu vejo o que é ser mãe e como foi ser filha. Como achamos que sabemos de tudo, quando não sabemos de nada. Isso vale para quando somos filhas e para quando somos mães.
Hoje vejo que tudo bem, não somos obrigados a saber tudo, mas devemos aprender a ouvir, ouvir mais do que aconselhar. Aconselhar apenas para dizer que está tudo bem e tudo vai passar. O corpo é uma máquina incrível, tão incrível que as memórias são armazenadas de uma forma que, quando retornam à mente, nos mostram outros ângulos para aprendermos. Hoje, olho para o que já passei, enquanto filha, vejo de forma diferente as coisas e sei que vou passar por tudo isso, porém de outra perspectiva.
E ter passado pelas situações como filha vai me ajudar a passar pelas coisas como mãe, sabendo como foi estar do outro lado, ainda que elas possam ser um pouco diferentes, afinal, sou da geração sem celular, da geração de internet discada, da geração sem streaming com programas disponíveis 24 h por dia.
Mas ainda assim, viver essas experiências ajuda a entender um pouco mais o filho. E eu ainda digo mais, ajuda a entender um pouco mais a mãe. Ah mãe, que tem sentimentos, que tem preocupações, que quer sempre o melhor, e a gente não vê enquanto é “apenas” filho. Contudo, a vida ensina a gente a ter um olhar mais acolhedor, a ver o humano do outro lado, e não apenas a mãe. A pessoa com medos, com sentimentos, com preocupações, com aspirações, sonhos, tudo… Tudo o que o filho acha que só ele tem. Chegou agora o meu momento de ver que ser mãe é acima de tudo, ser humana, e ver a humanidade do outro, esperando que um dia ele também veja a nossa humanidade.
Autora – Alexandra Johann Maieron – @advalexandratrabalhista
Revisora – Angélica Filha – @angelicaafilha