Por Viviane Barielli
Esses dias, acordei com a seguinte frase na cabeça: “você se sente acolhida no seu maternar?” Na hora não dei muita bola, mas esse assunto ficou martelando em minha mente. Pensando sobre isso me dei conta que, embora eu seja pessoa que estuda e lê muito sobre gestação, infância e adolescência, percebi que na minha bolha, vejo que pouco se fala a respeito da maternidade de filhos crescidos, assim como as minhas são.
Os anos passam, a gente aprende os cuidados para manter um filho vivo, a amamentação ou a mamadeira acaba, a fralda vai embora e os desafios vão junto? Não, os desafios mudam. Os filhos se transformam e junto com eles os desafios também. E o que acontece quando junto a essas transformações aparecem questões como alcooli$mo, droga$, m3ntir@s, s3xo desenfreado, falta de interesse em coisas importantes como trabalho e estudos? Ou quando esse maternar traz a responsabilidade de cuidar de uma pessoa neuroatípica? E quando tudo isso impacta na vida de mães para além das questões emocionais – que por si só já são bem graves – quem acolhe e ampara essas mães?
Quando foi a última vez que você perguntou a uma mãe de filho crescido sobre seu maternar ou como ela se sentia em relação aos filhos? Ou ainda, quando foi que você quis ouvir a experiência de alguém que foi mãe muito antes de você e muito antes das cartilhas que temos hoje?
Esse é um convite para que a gente possa olhar para as mães de filhos crescidos ao nosso redor. Um convite para despertar o interesse pelas suas histórias. Às vezes, “fantasiamos” as histórias dessas mães através da nossa leitura – e julgamento – desse filho já crescido, mas precisamos devolver para elas o protagonismo de contá-las.
Revisado por Joana