Ninguém tem saudades de alguém que não liga
Ninguém tem saudades de alguém que não procura
Saudade louca, de longe, curiosa, só de saber como está
Não é saudade, não é amor
Não mandei beijos fingidos como se fossem recordações de beijos que um dia existiram, eles nunca foram reais
Os abraços ausentes, as lágrimas não vistas
Nunca me diga que fez o seu melhor
Não diga que se comove com uma dor que nem é tua
Que tu mesmo causaste
E saiu de fininho
Vai pra longe viver enfim a vida que queria pra ti
Sem adolescentes gritando chorando clamando misericórdia
Você não viu
Você não ouviu
Todo mundo fechou os olhos
Quando nos pedimos ajuda
Não me fale de respeito
De misericórdia
Pra pessoas que foram largadas
As traças com zero apoio emocional
Não venha me dizer como eu devo dizer
Que tom devo usar
Não venha me dizer qual deve ser o meu lar
Você fez do mundo meu lar.
Foi você que se negou a encarar a vida
Destruindo pedacinhos de sonhos
Nem tirou a lama das botas
Não tem espaço pra voltar
Nem tudo dá pra remediar
Vazios se preenchem sozinhos
Com dor
Ninguém mais precisa de você
Ja aprendemos a sobreviver
Faço minhas as palavras
Daquele que também nunca quis te dizer
Você por muito se ausentou
Não há mais espaço há preencher.
Feliz dia dos pais.
—
Autora: Marcela Cruz