Seria o momento mais difícil pelo qual já passei em 26 anos?
Sem mais nada a acrescentar e um tanto a mais a dizer.
É muito difícil.
Já chorei no banheiro com ela chorando de cólica. Ou era refluxo? Ou era sono?
Eu já chorei de sono.
Amamentando. Nossa e como chorei! De dor, de cansaço…muito cansaço.
Já pensei em desistir de amamentar de tão difícil que é!
Ela recusou meu seio uma vez: chorei mil litros. Era só cólica, mas eu não sabia na hora.
Chorei de exaustão.
Já chorei por nem saber o real motivo.
Chorei no pico de crescimento. Nossa que dureza!!!
Já chorei de amor e emoção.
Olhar nos olhos dela e sentir seu cheiro faz cada choro bom sair de mim.
Já chorei por culpa. Por medo. Por me ver em outra realidade e não ter o menor controle dela.
Já chorei por que queria ir ao banheiro e não pude.
O puerpério vem me ensinando o que é amar de outro ângulo.
É doação integral. É acolher alguém em seu colo sem nem saber o motivo de seu choro. Nem saber seus pensamentos. Seu futuro. Sua identidade. Sem saber suas intenções. Sem ter conhecimento de absolutamente nada, apenas que: aquele que amamos é infinitamente amor e nada mais importa.
Amar é tentar compreender sinais de uma comunicação sem falas, mas repleta de entendimento. De olhar. De sentir.
É saber que aquela dor que o outro sente, se você pudesse tirar o faria sem cogitar. O sentiria por ele. Até partilharia!
É ter certeza de que uma vida saiu e se desmembrou de você. Ta ali, viva, amor vivo!
Amor é viver um dia de cada vez.
É poder amar sem nem raciocinar.
É amar sem limitações.
É acolher a si e o outro em dobro.
É se perdoar.
É não se cobrar.
Maia me ensina sobre Deus e a energia do amor e o quanto ela é forte, intensa e sem questionamentos: a energia mais poderosa que já senti e ao mesmo tempo a mais desafiadora.
Ser mãe vem me ensinando que a vida é uma brecha de luz e sombra, que pela fresta da janela o sol sempre adentra e dissipa qualquer dúvida, medo ou angústia.
É disseram que esse ano o ensinamento é amor.
Acho que vou dormir um pouco agora e quem sabe não sonho algo tranquilo, um colo e um abraço.
Autora: Juliana Nunes Farias da Silva