Mulheres-mães protagonistas da própria história

Delegada faz um desabafo: salvem nossas crianças!

Delegada faz um desabafo: salvem nossas crianças!

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Eu não ia me manifestar a respeito do caso do menino Henry, já que não posso deixar que as emoções de revolta (naturais de um ser humano e frente a tanta maldade) se sobreponham, na medida em que minha profissão exije que eu seja técnica.  E, como Delegada de Polícia, tão somente aplique a lei, através de investigação policial e mecanismos de colheita de provas de autoria e materialidade, visando a descoberta da verdade, que os autores sejam, presos, processados e, lá na frente, condenados.

Resumidamente, é isso. Hoje sou mãe e fica mais difícil ainda eu me calar. É certo que na atividade policial nos deparamos com situações das piores que nos faz questionar até onde pode chegar a maldade e torpeza do ser humano. 

Quando se trata de crianças, a sensibilidade é muito maior, a repulsa pior ainda e nunca vou deixar de me chocar. Crianças são vítimas de maus tratos, torturas, abusos sexuais e todas as formas de violência entre quatro paredes e todos os dias.              

Enquanto você está aí, lendo este texto, dezenas de crianças estão dentro de seus lares tendo a infância violada, sendo estupradas, agredidas, torturadas, enfim… choca, né?        

O Caso do menino Henry é só a ponta do Iceberg. É só mais um caso que ficou emblemático e está sendo largamente divulgado pela imprensa em razão de um dos acusados ser figura pública e política.          

Portanto, eu conclamo e rogo a vocês, responsáveis:         

  • Sejam os melhores amigos de seu filhos.         
  • Estabeleçam um nível máximo de confiança entre vocês a ponto de seus filhos não se verem obrigados a se calarem quando sofrerem qualquer violação, violência e abuso, seja por temor, vergonha, falta de confiança e, quando muito, revelem os fatos a pessoas estranhas ao seu convívio, mas que por algum motivo as fizeram confiar neles. A título de exemplo, em muitos casos, os fatos vem à tona porque a criança revelou para o professor, um amiguinho na escola e este, por sua vez, conta para família e por ai vai…         
  • Conversem de tudo com seus filhos! Absolutamente tudo!            
  • Não sejam ríspidos e violentos com seus filhos, pois eles passarão a achar normal serem tratados assim, inclusive fora do convívio familiar.              
  • Não façam sexo no mesmo ambiente que seus filhos, ainda que eles sejam bebês! Sim! Eles entendem. Isso traz consequências para o resto da vida para a criança.               
  • Não deixem que qualquer pessoa dê banho, troque as roupas e fraldas de seus filhos. Se possível, estejam sempre por perto.              
  • Percebam quando seus filhos não querer ir com determinadas pessoas ou ficarem em determinados ambientes.             
  • Não deixem que seus filhos sentem em colos de qualquer pessoa. Não deixem que qualquer pessoa fiquem, a pretexto de carinho, as acariciando! Nem mesmo nos fios de cabelo! Ainda assim – de novo- se possível, estejam sempre por perto. Seja quem for. Procurem estar próximos aos seus filhos.
  • Evitem deixá-los em casa de vizinhos, parentes ou soltos pelas ruas da vizinhança sem vigilância. Pasmem, 80% ou mais dos casos ocorrem dentro de lares e com pessoas conhecidas dos pais.             
  • Percebam os sinais indiretos de alerta que seus filhos dão! Esse menino Henry, a título de exemplo, chegava a vomitar e tremer quando era obrigado a conviver com um dos acusados.           
  • Pais e mães separados: muito cuidado e cautela com quem você coloca dentro de casa e para conviver com seus filhos, sobretudo na figura de padrastos, madrastas! 
  • Pais e mães: seus filhos são muito mais importantes do que qualquer relacionamento amoroso! Na dúvida: acreditem em seus filhos!          
  • É dever LEGAL dos pais cuidar e proteger seus filhos! Não se trata de mero dever moral.

São traumas que, quando não acontece o pior, ficam pelo resto da vida nas crianças. Sendo, em muitos casos, irreversíveis, podendo influenciar na vida adulta e relações interpessoais.     

Nada disso é exagero amigos e nada aqui tem o condão de generalizar!            

São apenas constatações de situações que, infelizmente, vejo há 12 anos!


Autora: Rafaela Acedo. Instagram: @raacedo

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