Vou começar este texto com uma pergunta: será que só os adultos precisam cuidar da saúde mental? Episódios de suicídio são próprios apenas nos adultos? Não!
Precisamos todos cuidar da saúde mental, inclusive frente ao panorama atual, a Pandemia, ao isolamento social, ao home office e ao ensino online…
Sendo assim, é preciso que as famílias estejam atentas ao que acontece com nossas crianças, jovens e adolescentes, e aos sinais que estes apresentam quando algo está errado.
Cada vez mais cedo, nossas crianças e adolescentes estão sendo acometidos por transtornos mentais e emocionais, tais como: transtorno de ansiedade, depressão, ansiedade, psicose, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), autoflagelação levando-os em muitos casos ao autoextermínio ou tentativa de suicídio, que tendem a aumentar com a idade.
As causas podem ser diversas, mas as principais são a falta de atenção da família, o bullying, o ciberbullying, o racismo e o abuso sexual.
Precisamos ficar alerta a alguns sinais que as crianças podem vir a apresentar, tais como:
- Problemas para dormir;
- Agressividade;
- Irritabilidade;
- Apatia;
- Falta de prazer ao brincar;
- Excesso ou falta de apetite;
- Recusa em interagir;
- Atraso na comunicação;
- Pesadelos recorrentes;
- Descontrole das esfíncteres
Como podemos ajudar na saúde mental dos pequenos?
- Observar as mudanças de comportamento e rendimento escolar que vão surgindo;
- Proporcionar um ambiente saudável;
- Permitir que tenham uma infância e/ou adolescência saudável;
- Dialogar e deixar que se expressem;
- Promover momentos de brincadeiras;
- Ajuda-los a lidar com as frustações;
- Trabalhar a autoestima e a identidade da criança;
- Mostrar para a criança que ela não precisa ser igual a ninguém para sentir-se bonita ou ser bom em algo;
- Trabalhar valores, como a empatia e o respeito, com as crianças praticantes de bullying ou racismo;
- Observar o ambiente que a criança frequenta;
- Demostre interesse por sua vida.
Infelizmente, em muitos casos, os distúrbios são percebidos somente na fase adulta, ou mais triste ainda, depois que acontece o suicídio.
A escola, espaço tão importante e potente para transformações, tem um papel primordial prevenir o bullying, o racismo e muitas vezes, percebendo antes da família os abusos sexuais infantis, e por isso devem elaborar propostas pedagógicas e atividades antibullying, antirracista e que promova uma educação sexual na infância.
Logo, as instituições escolares precisam orientar seus alunos e suas famílias realizando um trabalho que vá contra a essa cultura.
Mas se mesmo assim, ocorra algum episódio de racismo, bullying ou abuso sexual, as instituições deverão estar preparadas para atuar junto as famílias envolvidas de forma mais direta.
- Promovendo ensinamentos como respeito e reciprocidade;
- Trabalhando valores socioemocionais;
- Observando sinais de possíveis transtornos e abusos;
- Orientando as famílias, quando for necessário buscar ajuda profissional;
- E principalmente denunciando ao conselho tutelar e órgãos competentes, quando for o caso;
Atualmente, temos muito meios de trabalhar essas questões com as crianças, sem causar incômodos ou constrangimentos. Uma boa sugestão são os livros. Segue abaixo, sugestões para cada etapa escolar:
- A menina que não escutava- Helena Britto Pereira (para crianças com idade pré escolar);
- Os nerds-Gisele Gama Andrade (para crianças do fundamental 1);
- Confissões de um adolescente depressivo-Kevin Breel (pra crianças do fundamental 2);
- Guarda-chuva: O mágico protetor contra depressão – Marcos L.A.Ramos (para adolescentes no ensino médio)
Além disso, uma boa noite de sono, redução do tempo de tela e uma rotina equilibrada também ajudam a manter a criança menos ansiosa, estressada e agitada, consequentemente contribuindo para a promoção de uma boa saúde mental.
Zelar e dar abertura para conversas sobre qualquer tipo de assunto, é cuidar da saúde mental, é a principal prevenção contra o suicídio.