Mulheres-mães protagonistas da própria história

Crianças e passeios

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Olhar para as miudezas das crianças, enchem nossos olhos de grandezas e encantamentos. A cada saída com a Rhadija, surge uma nova história ou um novo detalhe. Narrativas crescem espontaneamente, cheias de naturalidade, sensibilidade e doçura. Quantas certezas, hipóteses e questionamentos ela tem.

Podemos compartilhar alguns achados desses olhares,
“A lua está me seguindo, olha só mamãe!”, “Por que a lua me segue?” e “Onde eu vou ela vai.”, “O céu, está chorando.”

“Sabe, o sol também me segue, até quando olho para o prédio ele me segue.”
“Olha como estou grandona no chão!” (ela fala e aponta para o chão, mostrando sua sombra).
“Por que as pessoas jogam lixo na rua? Por que as pessoas dormem na rua? Elas não têm casa?”

Trilhamos nossos caminhos com diálogos, pausas e olhares ao redor, assim aproveitamos o momento e o que ele pode nos propiciar. “Mamãe, você reparou naquela árvore como está bonita?”, “Por que pintaram a casa de branco?”, “Nossa, não dá para passar na calçada, cheia de lixo”, “Dói as pernas ás vezes andar né?”.

Quantos diálogos, construímos ao caminharmos pelas calçadas ou até mesmo no percurso dentro do carro, do ônibus ou do metrô. As crianças veem beleza e possibilidades de brincadeiras em qualquer espaço, basta terem liberdade, autonomia e protagonismo.

Uma pedra, um buraco ou uma poça de água ou de barro podem ser pulados e oportunizar sorrisos e gargalhadas. Calçadas mais altas ou mais baixas podem ser obstáculos a serem enfrentados.

E as folhas e flores caídas no chão, podemos pegar para desenhar ou fazer gelo com elas dentro. A Rhadija adora apostar uma corrida, sentir o vento, como ele é gostoso e dançar com o seu movimento, mesmo que estejamos na rua.

E as nuvens? Ah, as nuvens… contam histórias e mostram desenhos surpresas. Quando a Rhadija olha para elas, fala que se transformam em diferentes coisas. Como ela gosta de olhar para o céu e contemplar o entardecer, corre e me chama: “Mamãe, mamãe olha o céu, que lindo ele está. Cadê o celular para tirar foto dele.”

Ao sairmos o percurso é valioso, não é um simples trajeto, é uma página do livro da sua infância que está sendo construído. Sou grata em poder acompanhar e estar junta em suas descobertas, aventuras e encantamentos.

É deslumbrante olhar e escutar a Rhadija e sua sensibilidade, misturada com doçura que se dá em aprendizagem, por meio de suas vivências.

Autora: Elizete Gomes

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