Consumir é um ato gostoso, afinal, quem não gosta de dar uma volta no comércio para comprar, ou ver alguns produtos online e inserir os preferidos na cestinha, efetuando a compra, para depois acompanhar a logística até o produto chegar a sua casa.
Acho que é impossível alguém não gostar de comprar. Isso porque nós trabalhamos para adquirir coisas, desde a alimentação até os mais diversos produtos.
Porém, as vezes, queremos comprar produtos e serviços que ultrapassam a quantidade de dinheiro que temos. Quando isso ocorre, ficamos endividados e podemos chegar à inadimplência.
O que ninguém te conta é que nós, seres humanos, gostamos de prazeres momentâneos, não sabemos esperar pelo futuro. Sem contar os gatilhos mentais impostos pela mídia, que nos influenciam o tempo todo (mas isso é assunto para outro texto).
E o que isso tem a ver com as finanças? Tudo! Devido a necessidade do ser humano por satisfação instantânea, poupar para comprar no futuro é algo bem difícil. Para que esperar se temos a opção de parcelar no nosso queridinho das finanças? O cartão de crédito.
Se o limite de um não é suficiente, não se preocupe, pode parcelar em dois cartões. Também temos a opção do nosso amigo cheque especial, ele está lá disponível na conta, uns “jurinhos” não fazem mal, né?
Facilidade de crédito e opções de pagamentos não falta ao mercado brasileiro. E o nosso desejo de ter aquilo, porque achamos que precisamos agora; porque merecemos; ou porque não podemos perder a oportunidade, é mais forte do que a nossa mente racional, que deveria calcular, se planejar, para então adquirir no futuro.
Dívidas são tudo o que você compra no presente, mas que se compromete a pagar no futuro, e o hábito de viver o prazer momentâneo é um dos caminhos mais fáceis para chegar até elas.
“Ah Nanda, mas eu tenho um dinheiro guardado”. Não importa, se você tem algo a pagar, ou seja, que precisa pagar na próxima fatura, mensalidade, etc., esse algo é uma dívida.
O custo e o benefício de parcelar ou não, é outra história. Tão outra história, que a maioria dos brasileiros possui dívidas, segundo os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Desde que a pandemia do Coronavírus iniciou, no Brasil, o porcentual de famílias endividadas alcançou 66,6%, o maior desde o início da realização da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), em janeiro de 2010. A coleta de dados dessa nova PEIC foi realizada entre 20 de março e 05 de abril.
Logo, podemos inferir que as pessoas consumiram pensando momentaneamente. Pois, com o isolamento social, se fôssemos seres super-racionais com as finanças, diminuiríamos o consumo, aproveitando que estamos em casa para economizar. Lembrando que não estamos saindo para lazer, tampouco para viajar e, teoricamente, estamos com um tempo extra, que nos permite cozinhar e economizar com a alimentação.
Mas os números não mentem, eles só mostram a verdade, e temos 66,6% de pessoas endividadas. O meio mais usado para isso? O queridinho cartão de crédito.
A pergunta é: parcelar é errado? Bom, depende. Se for extremamente necessário, não. Por exemplo, a geladeira de uma família estraga e ela não tem conserto. Essa família não possui uma reserva financeira para emergências. Nesse caso, parcelar é uma escolha precisa, pois viver sem geladeira é extremamente complicado.
Portanto, parcelar coisas que não precisamos, ou que poderíamos esperar para comprar, ignorando o nosso querido prazer momentâneo, é um impulso que dá para controlar.
Vamos conseguir controlar 100% das vezes? Claro que não, afinal somos humanos. Mas tenho certeza que agora, que leu esse texto e tem consciência, você achará mais fácil se controlar.