COLUNA | Descanse e dê um tempo; permita-se ser uma aprendiz

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Quando e onde aprendemos que é preciso praticar o nadismo (ficar literalmente sem fazer nada), sentar ou deitar no sofá e ficar ali, nem que seja por 10 minutinhos? Pois é, nunca nos ensinaram que abrir a “caixa do nada” poderia ser útil à saúde psíquica.

Vivemos em uma sociedade que enaltece o “ter” ou o “fazer”, devemos ter isso ou aquilo para sermos felizes ou devemos fazer tudo que estiver ao nosso alcance, o que não estiver, devemos nos esforçar para fazer. E com isso lá se vai a qualidade de vida, pois no meio dessa roda-viva não sobra tempo para sentar no sofá, ficar simplesmente sentada, sem celular, sem TV, sem leituras, sem conversas, sem se apegar aos pensamentos que chegam, apenas abrir a caixa do nada.


A primeira vez que ouvi em um retiro de meditação a proposta de praticar o nadismo confesso que achei estranho, pois nunca tinha feito algo assim. Desde então eu adotei essa prática e é muito bom, ouvir a própria respiração, perceber o corpo relaxando, abrindo mão do “fazer alguma coisa”. Pode parecer bobo o que estou dizendo, mas o simples fato de parar e se permitir a “não fazer nada” pode ser o primeiro passo para desenvolver o autocuidado. É poder olhar para si e dizer que merece um pouquinho de descanso. Comece praticando o nadismo de forma despretensiosa por 10 minutinhos diários, após um mês de prática note o que mudou.

Permita-se! A sábia Monja Coen em um de seus vídeos fala sobre o direito de não fazer nada. Ela disse: “Nós estamos o tempo todo pensando: temos que produzir, temos que mostrar ao mundo o quanto somos poderosos e capazes. Mas a gente esquece da nossa humanidade, e ser humano é também fazer nada. Não é só o trabalho que enobrece coisa nenhuma. Estão nos escravizando, dizendo você tem que trabalhar e trabalhe mais, e vem o chicote, vá, produza, faça. E o fazer nada é da humanidade, nós precisamos resgatar o nosso direito de às vezes ficar à toa”.


Como mãe atípica já me vi muito nessa fala da Monja Coen, de não me permitir ficar à toa, pois a culpa vinha e me cobrava: “Você vai descansar? Não pode, não!” E passei muitos anos só abrindo caixas lotadas de compromissos, terapias, médicos, trabalho, e mal tinha tempo de olhar para mim, de sentar no sofá e abrir a caixa do nada.


Eu convido você a sentar no sofá da sua casa e praticar o “nadismo”. Você verá como é restaurador.

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