Coluna – A semelhança entre a mãe e a líder

A maternidade traz diversos aprendizados que podem ser aplicados no mundo corporativo. Um deles, é saber a importância de estimular o desenvolvimento das pessoas que estão sob minha responsabilidade, quer sejam minhas filhas ou os membros da minha equipe.

Coluna – A semelhança entre a mãe e a líder

Compartilhe esse artigo

A maternidade traz diversos aprendizados que podem ser aplicados no mundo corporativo. Um deles, é saber a importância de estimular o desenvolvimento das pessoas que estão sob minha responsabilidade, quer sejam minhas filhas ou os membros da minha equipe.

Como mãe, isso quer dizer que um dos meus objetivos é que minha filha construa sua independência e trilhe seu próprio caminho. Isso começa desde a infância, por exemplo, ao ensinar a criança a amarrar seus sapatos sozinha, de forma que ela não precise mais de mim para executar essa atividade. Assim, pouco a pouco, tento estimular a autonomia da minha pequena e me tornar desnecessária.

Com a adolescência, essa dinâmica se potencializa, sendo importante ter clareza sobre o objetivo de me tornar desnecessária para que minha filha tome seu rumo. Mesmo que isso a leve para longe de mim, da minha casa, do alcance das minhas “asas”. Me encho de orgulho a cada conquista da minha adolescente, como o bom resultado no ENEM ou a participação numa competição esportiva. É gratificante ver que venho tendo sucesso ao estimular seu desenvolvimento e que consigo, de alguma forma, ajudá-la a alcançar seus objetivos, sem aprisioná-la ao meu lado.

Analogamente, no meu trabalho, como líder, minhas atribuições incluem manter a equipe motivada e se desenvolvendo. Assim como acontece com minha adolescente, pode ser que o atingimento deste objetivo leve alguém para mais longe do meu raio de atuação.

Isso é, ao ter uma boa performance nessa minha missão de desenvolver as pessoas do time, uma delas pode ser convidada para virar meu par num cargo de liderança. Assim, ela pode acabar saindo da minha equipe para alçar um voo mais alto.

Talvez a ruptura não seja tão grande e a pessoa continue atuando comigo, mas ganhe visibilidade pelo bom trabalho e receba demandas adicionais, tal como ser designado tutor de um profissional júnior, ou ser demandado para atuar de forma matricial, atendendo vários setores além do meu. Nos dois casos, como gestora, fico orgulhosa de ver que meu trabalho junto à equipe está dando frutos, ainda que uma das consequências seja a redução no tempo destes profissionais, dedicado às atribuições da minha gerência.

Pode ser também que o desenvolvimento de alguns membros não reduza a atuação destes na minha equipe, me dando oportunidade de seguir acompanhando de perto suas trajetórias. Nesses casos, assim como faço com minha filha, avalio a possibilidade de designar novas atribuições, encaminhar para desafios maiores, enquanto invisto na construção de um ambiente com segurança psicológica.

Em todas essas situações, é gratificante constatar que venho avançando no objetivo de enxergar a melhor forma de contribuir para o crescimento das pessoas do meu time, assim como faço continuamente com minha adolescente. Meu orgulho com as conquistas de cada um deles me leva a fazer um paralelo com meu sentimento em relação ao sucesso da minha filha nos seus desafios.

Sem dúvida, vivenciar a construção da independência da minha adolescente contribui para meu entusiasmo com o desenvolvimento dos membros da minha equipe. De forma análoga, meu empenho em estimular o crescimento destas pessoas no ambiente profissional também me traz ferramentas para encarar da melhor forma o enorme desafio que é ser mãe de uma adolescente que está ganhando o mundo. No fim das contas, gente é para brilhar, tanto no âmbito profissional, quanto na transição para a vida adulta.

Compartilhe esse artigo

Leitura relacionada

Últimos Artigos

Deixe um comentário