“A mulher selvagem é a saúde para todas as mulheres. Sem ela, a psicologia feminina não faz sentido. Essa mulher não domesticada é o protótipo de mulher…não importa a cultura, a época, a política, ela é sempre a mesma. Seus ciclos mudam, suas representações simbólicas mudam, mas na sua essência ela não muda. Ela é o que é; e é um ser inteiro”.
(Clarissa Pinkola Estés, 2018)
Por onde anda a sua mulher selvagem? Por onde anda a mulher para além da mãe? Por onde anda você?
Depois que a gente é mãe, leva um tempo para nos reconhecermos como mulher. Ser mãe é um papel principal que ocupa grande parte da nossa vida, mas que não nos preenche por completo. Nos últimos tempos eu tenho buscado a mulher que sou para além da mãe. Do que eu gosto? O que me realiza? O que me deixa feliz? O que me dá prazer? Por onde anda a minha sexualidade como energia vital?
Você já parou para pensar nisso? Certamente se você tem um filho muito pequeno, um bebê, isso vai parecer impossível, mas acredite: à medida que os filhos forem crescendo você vai se perguntar, você vai sentir falta de você, da sua liberdade, da liberdade de ser que é! Espere, respire e vá aos poucos experimentando rompantes de liberdade para se encontrar novamente com você mesma.
Uma saidinha aqui, um café ali, um passeio, de repente, quando você menos espera, você se pega tirando férias dos seus filhos, do seu marido, da sua vida, fazendo algo totalmente revolucionário para uma mãe!
Acredite você consegue, eu consegui! Venci a culpa, o medo, a necessidade de ter que dar explicação e fui sozinha para um retiro de mulheres, Sahajoli* que remete a uma prática milenar muito antiga ligada aos ensinamentos do tantra, da yoga e do pompoarismo, em que as mulheres aprendem juntas a serem mulheres. Reuniam-se em volta do fogo para se curar, para dançar e se reconectar com a sua essência.
Uma bênção, um tempo para mim, um silêncio de corpo e alma. Meditei, respirei, dancei, chorei, gozei, me permiti sentir tudo o que meu corpo quis, ousei desligar um pouco os pensamentos para estar no corpo, buscar em mim algo que não conheço, que só o meu corpo pode me dizer.
Ah….Como nós precisamos desse tempo, a vida, os filhos, o trabalho, o mundo tem exigido demais de nós mulheres, se quisermos transformar o nosso pequeno mundo, a nossa casa num ambiente de mais amor e conexão precisamos começar a cuidar melhor de nós, do nosso corpo, do que há de mais sagrado em nós. Só nós mulheres juntas temos esse poder de transformar as dores, os abusos, as agressões que sofremos em amor, em paz em não violência. Integrar o feminino e o masculino saudável que em nós habita.
Comece de onde você está, fazendo o possível hoje, se olhe no espelho, faça um carinho em você mesma, se admire, se toque, redescubra a mulher suave, forte, doce e poderosa que você é. Qual o animal que te inspira, qual o seu passo, o seu caminho, a sua voz? Redescubra, recomece, reinvente-se e seja muito feliz, o mundo precisa de mulheres inteiras e selvagens que tem a coragem de cuidar de si!
*Para maiores informações sobre o Sahajoli e outros cursos acesse a Página Intimidade Consciente FB/IG.