Carta – Gestar, estudar e superar: uma carta sobre amor de uma pesquisadora e mãe solo

Carta – Gestar, estudar e superar: uma carta sobre amor de uma pesquisadora e mãe solo

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Nossa história começou na academia, acredita? Você deu o ar da sua graça, e eu nem imaginava o que estava por vir. Era dia de treinar perna, e entre as séries de fundo veio um enjoo e fraqueza, tive que vir correndo pra casa. Depois de 3 dias vomitando, sua vovó Sheila me ofereceu um teste de gravidez. Quando vi o resultado, o medo tomou conta de mim. Será que eu daria conta? Será que eu ia ser uma boa mãe? Como eu ia te educar? 

Logo depois contei a grande notícia para nossa família, que primeiro ficaram incrédulos, mas quando a ficha caiu transbordaram de amor por você sem nem saber se você seria o Bruno ou a Maisa. Então, começamos a longa jornada de pré-natal (que foi perfeita). E logo na segunda ultrassom, você mostrou que seria o Bruno. O nosso Bruninho fofinho, tesourinho, poderoso chefinho, molequinho, rolinho, tolico, o amarelo do vovô e o floquinho da vovó.

Gestar você foi uma experiência única e desafiadora. Vivemos a hiperêmese gravídica (vômitos intensos e excessivos durante os primeiros meses de gestação) e crises de ansiedade ainda acompanhadas de vômitos no último trimestre. Passamos por muitas emoções. Vivemos estresses, tristezas, preconceitos, lutos inimagináveis… E além de tudo isso, poucas semanas antes da sua chegada, descobri que seríamos só eu e você. Me tornei mãe solo. E no primeiro momento, acreditei que isso me tornaria vulnerável. 

Em contrapartida, mesmo me sentindo frágil, coloquei minhas dores no bolso e fui impulsionada a agir por você. Defendemos uma dissertação de mestrado com 1 mês de antecedência e aos 45 do segundo tempo passamos por um processo seletivo de doutorado, e olha, nós conseguimos! Isso tudo juntos. Com você sentindo tudo o que eu sentia. 

E dois dias depois da última etapa do processo seletivo do doutorado, às 3h, desperto com a bolsa rompida. E logo fui chamar seu vovô André: “pai, não se assuste, a minha bolsa estourou, mas calma que eu ainda vou tomar banho e me arrumar”. E veio o desespero do vovô falando que tinha que correr pro hospital. No hospital, passamos por um pequeno susto depois que a primeira médica me informou que teríamos que passar por uma cesariana de emergência, e logo ela deu entrada pra fazer o seu parto às 9h. Fui me preparar para cirurgia, em oração sempre. Até que minhas contrações aumentaram num estalar de dedos e fui avaliada novamente por outra médica, a Dra. Taissa, nosso anjo da guarda. Às 8h eu já estava com 7cm (são 10 cm para parir kkk) de dilatação e ela disse que estávamos prontos pro parto normal (que era o que eu queria). 

E você veio, após uma distocia de ombros, que assustou toda a equipe médica e a mim, às 10h47, com 3.680kg e 51cm, de parto normal e acompanhado pela nossa fiel escudeira, minha comadre/prima/irmã, Wanessa. E foi a melhor acompanhante de parto que eu poderia ter (e Deus queira que seja a primeira e última experiência dessas kkkkk). Ela foi a primeira a ver você e contar seus dedinhos para saber se estava tudo bem. E quando eu te vi, ah, foi amor à primeira vista, um amor que eu nunca senti igual. 

E partindo para os nossos primeiros momentos juntos, veio a amamentação, e nós nos saímos muito bem (e até hoje você segue mamando enquanto te escrevo essa homenagem). As primeiras vacinas, consultas, noites viradas, trocas de fraldas… foram dias intensos. Mas eu preciso te contar que em nenhum momento nós ficamos sozinhos. Nossa família se revezou e em casa semana do nosso primeiro mês moramos em uma casa diferente. Sempre muito bem cuidados e amados pelas famílias Souza, Ramos, Silva e família Maia. E mesmo à distância pelos seus dindinhos, Rafael e Jéssyca, família Lima e família Fernandes. 

Depois de 1 mês viemos para nossa casa. E de lá para cá é como se você sempre estivesse aqui, você sempre fez parte do nosso lar, não lembro de como era a vida antes de você chegar. Passamos pelo seu primeiro Natal, réveillon, meu aniversário, Páscoa, sua primeira viagem de avião, viagem de balsa, banho de praia, de igarapé, de piscina… muitos passeios nos pontos turísticos de Belém do Pará. Eu amo nossos momentos juntos, meu amorzinho. Eu amo cuidar de você, amo brincar com você e todas as nossas gracinhas. Eu amo ser sua mãe! Você é minha força, minha luz, minha maior certeza.

Parafraseando Rubel, eu tenho certeza de que a vida é boa, mas ela é muito melhor com você. Te desejo tudo de melhor que o mundo tem a te oferecer. Prometo estar sempre ao seu lado dando o meu melhor por você e para você. Você nasceu e eu renasci. Te amo, mil milhões. 

Com amor e carinho,

Sua mamãe, Dridri.

Por Adriane Sarah – @adrianettrindade

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