Desde que escolhi a enfermagem pediátrica, sempre admirei a força, a dedicação e o amor genuíno e incondicional das mães que acompanhavam suas crianças nas hospitalizações. Porém, essa admiração se intensificou quando a maternidade chegou para mim.
Na verdade, a maternidade não só aumentou a admiração que eu sinto pelas mães, mas fez com que surgisse um sentimento inédito e doído na minha caminhada, a projeção. Escrevo esse texto nesse momento pois sei que muitas mães trabalhadoras da saúde têm vivido dias difíceis na assistência da Pandemia e é reconfortante saber que existem muitas outras mães compartilhando a experiência.
Projetar minha filha nas crianças pacientes e projetar as crianças pacientes na minha filha tornou-se inevitável e mais do que isso, passei a sentir literalmente na pele, o que cada mãe sentia junto com seus filhos. Foi nesse momento que compreendi a grandiosidade da cumplicidade entre mães, foi aí que eu entendi e senti a empatia entre mães.
Como a maternidade une, como a maternidade nos transforma! E nunca mais eu acompanhei nenhuma criança, nenhuma família, sem pensar que poderia ser a minha, sem chorar com a tristeza e angústia daquelas mães e sorrir e vibrar com as recuperações.
Autora: Stela Faccioli. Mãe, Esposa, Enfermeira Pediatra, Docente e Doutoranda. @stelafacc.