Mulheres-mães protagonistas da própria história

As memórias: a chave para reflorestar o agora

As memórias: a chave para reflorestar o agora

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Como entender meu passado pode alterar meu presente e meu futuro? As histórias que vivemos, sejam elas boas ou ruins, constroem nossa identidade. A mulher que sou já foi uma criança calada, tímida e uma adolescente com baixa autoestima. Também devorava livros, escrevia contos e poesias e via na escola um grande passaporte para a liberdade. 

Esses dias a Carla adolescente resolveu dar as caras e aparecer: uma fragilidade, uma insegurança, umas dúvidas. E eu comecei a refletir sobre o que estava acontecendo. Diante de um novo sentir, do novo, “adolesci”, ou seja, recorri a memórias previamente conhecidas para resolver. O problema é que as memórias não eram necessariamente boas. O autoconhecimento é uma das peças chave neste processo. 

Rever memórias e ir fazendo as pazes com minha história é como navegar em uma máquina do tempo: vejo o choro, o ranger de dentes, as situações de abandono, de relacionamento tóxico, de manipulação. Esse novo sentir me levou ao passado para ressignificar o presente. Percebi que é preciso fazer as pazes comigo mesma e decidir como reflorestar o tempo de agora. 

O afeto, seja ele bom ou ruim, me convida a um tempo anterior. No processo de construir novas formas de agir, enxerguei como fui forte e corajosa quando meu pai foi embora, como fui parceira da minha mãe, como estudei e transformei a leitura em potência, como sei dar e receber amor. Veja bem: não estou romantizando o que me aconteceu, apenas dizendo que, bem acompanhada, pude atribuir outros lugares aquilo que antes tinha um grau de importância. O passado não mudou, as cicatrizes seguem aqui como presságio: “Exu matou um pássaro ontem, com uma pedra que só jogou hoje” (saudação Iorubá). 

Se eu puder te dar um conselho: Esteja atenta, escute o que te sopra o vento. As intuições são nossa alma soprando o que já foi vivido e experienciado por nós e por aquelas que vieram antes de nós.

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