As madrugadas com um recém-nascido podem ser bem opressoras. Elas te esmagam e te fazem parecer aquela menininha assustada que morre de medo de escuro.
O aprendizado é lento: o que funciona em um dia, no outro não funciona mais. Seu RN não sabe se comunicar e você não ganhou um manual.
As olheiras parecem cada vez maiores, você acha que vai ficar louca por causa da privação de sono. A memória já não é mais a mesma.
O choro fica entalado. “O bebê chora o que a mãe cala”, disse uma grande amiga. A vontade é de desabar, mas o cansaço é tão grande que seu corpo não tem mais energia para produzir as lágrimas.
Às vezes o arrependimento bate forte, mas não tem como voltar atrás. O que está feito, está feito e mais: ele está chorando há 4 horas seguidas.
As pernas e a coluna já não aguentam mais. Levantar da cama e abrir a cortina do quarto parecem uma maratona de 25 km.
Além de lutar com o cansaço, com os medos da inexperiência e com os hormônios ainda é preciso lutar com esse vazio que está dentro de você que nada, nem o colo e nem o abraço de ninguém, pode curar.
Dá medo, o coração dispara, parece que falta ar a cada vez que ele chora e mais ainda quando ele termina de mamar e não volta a dormir de jeito nenhum. Não é fome, não é fralda e nem é sono, mas ele não dorme.
Aproveita que passa rápido! Não, não passa. A primeira semana, o primeiro mês (no meu caso foi até um pouco mais) pode ser aterrorizante. Mas… passa.
Você aprende a simplesmente acender todas as luzes da casa para espantar o escuro;
Você aprende o que é cada choro;
Você aprende a dormir menos, mas melhor;
Você aprende a tomar um bom banho para relaxar e sabe que isso é possivelmente o que te salva de desabar;
Você não sente mais arrependimento, bem pelo contrário, se lembra porquê desejou tanto aquilo;
Você percebe que o buraco vai se fechando e logo ele é quase imperceptível.
Força amiga, se permita sentir.
Não, não passa rápido, mas passa!
Não, não passa rápido, mas passa!
<3
—
Autora
Me chamo Fernanda, tenho 33 anos, formada em comunicação e gerencio a área de digital em uma agência de comunicação. Sou mãe do cara mais legal desse mundo, o Thomas, de 1 ano e 3 meses. Por um tempo achei que abandonaria minha carreira para ficar como mãe em tempo integral, mas essa ideia não durou nem 3 meses, estava enlouquecendo em casa. Voltei a trabalhar fora de casa quando o Thomas tinha 10 meses. Sofri muito no inicio da maternidade por toda a romantização que é feita, por isso, criei meu blog. Era uma forma de desabafar e ao mesmo tempo preparar algumas mães para o que estariam por vir, se é que isso é possível.