Amamentar foi uma das coisas mais difíceis que a maternidade me proporcionou. Eu tinha esse propósito muito claro nos meus projetos e objetivos, bem como conseguir a via de parto normal.
A primeira coisa da lista eu conquistei. Foi muito difícil, doloroso, mas nós não desistimos. Quando digo nós, é porque naquele momento éramos uma só. Por anos, esse vínculo permaneceu sendo a única forma de conexão (era o que eu pensava). Me dediquei tanto, aproveitei tanto aquele momento de troca de olhares, sorrisos e detalhes, que era só nosso. Eu me entreguei intensamente, mergulhei fundo e vivi.
O tempo foi passando e, junto, a associação de tudo envolver o peito (chorava, sorria, se machucava, sono, medo). Muitas vezes tive medo do desmame; sinceramente, foi tão prazeroso que eu não queria pensar nisso. Ainda estamos no processo. Fui me respeitando, nos respeitando desde sempre, e permanecemos criando outros laços afetivos. Vivo constantemente aprendizados e preciso lidar com minhas feridas emocionais diretamente para não transferir essas dores.
Seguimos nesses 3 anos e 2 meses de aleitamento materno, onde o processo tem sido lento e muito respeitoso. Tenho muito orgulho por nós duas, de onde chegamos juntas. Que essa conexão se fortaleça cada dia mais.
Autora: Alessandra Silva. Instagram: @ale.antunesilva.