Por Nicolle Coelho – @mais__se
Olívia, minha filha mais velha, hoje com 6 anos, mamou até 1 ano e 9 meses.
Ao me ver amamentando a Rebeca, minha bebê de 11 meses, um dia disse que tinha curiosidade em provar o leite do peito, mas que não queria mamar em mim. Propus então que ela provasse um leite que eu havia tirado e congelado.
Então, uns dias depois ela me lembrou sobre a ideia. Descongelei o tal leite, tinha pouquíssimo no pote, talvez algo em torno de uns 20ml. Pus em um copo e dei a ela.
Ela tomou e conteve a cara feia. Me disse simplesmente: “é docinho, mas não tem gosto de nada.” Eu fiquei surpresa com o comentário, pois cheiro não era muito agradável. Mas já que ela havia gostado, propus que tomasse o restinho.
Foi aí que ela me disse: “Prova também, mãe”
Provar meu próprio leite?! Senti uma náusea só de pensar… Não sei explicar o porquê, achei meio estranho, mas tá. Ela estava tratando com naturalidade, não seria eu que iria criar uma situação né.
Senhor…. Que coisa ruim! Eu disse isso pra ela? Óbvio que não né! Virei meio de lado, pra esconder minha cara de náusea, agora totalmente justificável, enquanto alcançava o copo de volta para ela. E disse “tu gostou então termina filha, só tem um golinho”.
Ela, me olhou com um olhar fulminante de gentileza e falsidade, pôs o copo na boca, encostou o leite nos lábios, e sorrindo, com toda delicadeza do mundo, questionou: “Como que a Rebeca gosta disso?”
Eu ri muito, eu ri alto.
E nesse momento senti que não há nada no mundo que eu goste mais, do que rir com minhas filhas.
Rir mesmo, rir de verdade, rir com motivo e vontade.
É muito bom!
Sendo assim, parece que devo esse momento delicioso, ao meu leite, que, cá pra nós, é bem ruim.