Por Paloma Cerqueira | @palomagoncer @letraminha
Sabe a maternidade? Aquela com a qual você sonhou ou da qual você fugiu ou a que te encontrou e com você ficou? Então, ela é cheia de mistérios, descobertas e revelações, bálsamos e dores, escuridão e cores.
Ela é única e é sua. Possui lá sua semelhança com a da sua vizinha, da caixa da padaria, mas não se engane, não há igualdade. Possui a sua identidade.
Sabe a maternidade que você não desejou? E aí, ela te surpreendeu ou apenas confirmou que o filho não era “seu”? Essa fantasia bucólica, vendida, ofertada e anunciada não precisa ser comprada. Você que sabe de seus desejos, se aceite e seja aceita.
Sabe a maternidade roubada? Sim! Aquela que habitou seus sonhos, seu ventre e foi ceifada? Ela é sua e será, eternamente. Se aproprie sem medo, em seu coração ela tem morada.
E a maternidade da qual você nasceu, surgiu ou te acolheu? Não é sua, mas tem registro entranhado, foi esboço, projeto do qual você se fez, foi feita ou se desfez, te fez semente. Semente daquela com a qual você sonhou, da qual você fugiu, da que te encontrou, da que acham que partiu, daquela que ficou.
Sabe a maternidade? Então, vou te contar: me construiu, me despedaçou, de mim fez cinzas, me reergueu, me disse adeus, sorriu para mim e me abençoou. Mas essa é a minha. Eu saúdo a que em você perpetuou.
Revisão: Juliana Couto – @julianacoutomelo
