A solidão da maternidade solo

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Preciso muito compartilhar um segredo com você: você é a melhor mãe que pode ser. Sim, isso mesmo. Sabe que às vezes, aquilo que achamos pouco, é o máximo que conseguimos dar naquele dia. Imagine, diante da responsabilidade exorbitante que carregamos, cuidar de outra vida, manter essa outra vida saudável física e mentalmente, dormimos e acordamos com essa cobrança.

Uma cobrança que vem carregada de culpa, uma culpa que nos atravessa feito lança e sem a menor piedade. E tudo é tão solitário, afinal de contas que “tipo de mãe seríamos” se saíssemos por aí verbalizando o quanto maternar também adoece, o quanto amamos nossos filhos incondicionalmente e odiamos ser mãe”.

Que loucura né, ninguém teria o afronte de falar sobre a realidade da maternidade de forma tão crua, Deus me livre, seria um escândalo, prefiro nem imaginar…

A solidão do maternar solo é tão peculiar, eu sei que você sabe do que estou falando, aquela responsabilidade carregada de culpa que devora nossa mente questionando “será que estou fazendo o meu melhor?”. Solidão carregada de exaustão, sim, porque nosso corpo físico vive em frangalhos.

Ahhh, mas a nossa mente, aquela que nunca dorme, que está sempre preocupada com a alimentação, o tênis novo e mais confortável que preciso comprar, a preocupação com a educação, com aquela consulta que já desmarcamos inúmeras vezes, porque simplesmente nossa agenda caótica do trabalho ainda não nos permitiu prosseguir com a consulta de rotina deles.

A solidão de não ter com quem dividir tantas dores e tantas angústias, as contas andam apertadas demais para fazer terapia. Uma solidão que nos coloca em situação absoluta de vulnerabilidade, mas estamos ocupadas demais cuidando para falar sobre isso.

Fato é, que estamos fazendo o nosso melhor. Eu não tenho dúvida sobre isso (mentira, na maior parte do tempo tenho sim), mas eu queria muito que você que está lendo esse breve desabafo, não tivesse.

Por Adriana Oliveira – @euadrianaaoliveira

Revisão: Stefânia Acioli

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