Eu que sempre fui ansiosa, tive que aguardar 9 meses de gestação para te conhecer;
Eu que sempre fui agitada, tive que aprender a ter calma para poder te ninar e fazer você dormir;
Eu que sempre fui imediatista, tive que aprender que nada acontece pra já quando temos um bebê;
Eu que sempre falava alto, tive que aprender a falar baixinho para não te acordar;
Eu que sempre fui impulsiva, tive que aprender a ser pacífica quando o mundo parece que vai acabar pra você quando recebe um não;
Eu que sempre sabia o que fazer, tive que aprender que o que sei hoje sobre seu sono, sua alimentação ou qualquer outra coisa relacionada a você, talvez não sirva para o dia de amanhã;
Eu que sempre fui impaciente, tive que aprender a ter paciência quando você tem seus ataques de birra;
Eu que sempre fui medrosa, tive que enfrentar meus medos para poder encorajar você;
Eu que sempre fui resistente às mudanças, tive que aprender a me adequar a cada mudança sua, que acontece na velocidade da luz;
Eu tinha tantas “certezas” antes de você nascer, hoje percebo que elas já não fazem mais parte de mim.
A cada nova etapa dessa nossa relação mãe e filho eu desconheço algumas atitudes do meu eu antes de você nascer, e reconheço novos comportamentos meus que há alguns anos eu jamais acreditaria que eu pudesse mudar.
Como pode um serzinho tão pequeno ter me transformado tanto assim?
A verdade é que eu me permito ser transformada por você todos os dias, para que nós conheçamos a minha melhor versão, que continua em construção.
Ou seria desconstrução?