Filhos, como eu quis ser mãe! E me imaginava uma mãe sempre sorridente, animada e paciente! Mas a mãe que muitas vezes se mostra para vocês, não é essa que idealizei ser…
Essa mãe, nem sempre está sorrindo ou com vontade de se espalhar no chão para brincar com vocês.
Muitas vezes, me irrito com aquele monte de tarefas, e a mãe que aparece é uma mãe chata, exausta, cansada de ver a casa desarrumada, assim como a minha própria imagem no espelho…
E nestes dias de extremo cansaço, quando vocês me olham sorrindo, chamando para brincar, eu não consigo nem achar forças. Parece ser mais forte do que aquele sonho de tê-los. Mas mesmo assim, vocês me amam e pedem a minha presença.
Fico impaciente e sobrecarregada, e confesso que a TV passa de vilão a herói nesses momentos. Quando me salva e me ajuda a respirar por alguns minutos. E aproveito para acalmar, enquanto algumas lágrimas rolam dos meus olhos cansados!
Nós somos julgadas até por querer desabafar. E sabe, esse desabafo não significa que não gosto de vocês, ou que me arrependo de ser mãe.
Mas são esses desabafos, ou talvez aqueles cinco minutos de choro, ou silêncio no banheiro que nos salvam de falar coisas das quais podemos nos arrepender de dizer quando chegamos ao limite. Voltamos renovadas, e conseguimos enxergar além do cansaço.
Parece que a neblina que encobria nossos olhos, e não nos permitia enxergar o lado belo da maternidade, se dissipa. E é quando, mesmo exausta, vocês me olham, me achando a mãe mais linda do mundo, e percebo compreensão.
Em uma troca de olhares, vocês sabem que agora é a mamãe que está precisando ser cuidada.
E todo o cansaço some quando vocês se sentam ao meu lado, fazem um carinho em silêncio, parecendo entender que é só de amor e carinho que preciso. E aprendo com vocês que o amor é maior que qualquer cansaço, idealização ou perfeição, e que preciso apenas ser a mãe que dou conta de ser para vocês!
Obrigada por me entenderem e por me amarem em todos os momentos, meus filhos!
