
Onde mora a eternidade?
Para os apaixonados, num beijo demorado.
Para quem sente saudade, a espera.
Para quem sonha, o tempo.
E para a mãe, a madrugada.
E, é sobre ela. Tão intensa no seu infinito, tão misteriosa dentro do seu silêncio e tão revigorante no seu acalento. Amante dos escritores e roubadora do sono de quem pensa demais.
Mas já tem tempo que ela se tornou a minha companheira – minha e de tantas mães -, de quem cuida, de quem espera o pegar do sono, e de quem o perde, de tanto acordar.
Na sua quietude ela me ensina. Ela me vê, me ouve e eu a sinto.
Tem dias que ela vem iluminada pela lua, noutros, molhada de chuva. E em todos, ela não fala, mas comunica, faz-se presente.
Hoje, em meio a sua mudez e sua imensidão, cansei de perguntar. No apagar das luzes, eu resolvi mudar.
Ouvi os batuques do meu coração, o sentir da lágrima escorrer, observei o meu sorriso ao escrever e acolhi aquela que, mesmo com sono e cansada, não desiste de se perceber.
A bebê acordou.
Por aqui, fim.
Autora: Fabricia Prates – Instagram: @pratesfabricia.