Terminei a leitura de A cadeira vazia, um encontro (im)possível com um sorriso tímido no rosto e pensando em muitas coisas. Uma delas foi: que história linda. Chega me arrepiei e lembrei de algumas pessoas com quem eu também gostaria de ter um encontro (im)possível.
Iara é uma pré-adolescente como todas as outras. Com sua impaciência e curiosidade, perguntou à sua mãe sobre o avô e, pá (segundo ela), recebeu aquele textão que a gente sabe que adolescentes não gostam, mas que nós, mães faladeiras, gostamos de enunciar.
O livro me fez sentir como se estivesse conversando com meu filho adolescente. O tom meio que parecia o mesmo, como se eu estivesse falando com ele sobre a sua avó, que também se foi. A história, curta e com uma linguagem super natural, em tom de conversa, nada mais é do que uma narrativa de saudade, respeito, amizade entre mãe e filha, ancestralidade e luto — que, no caso da Iara, é o luto por alguém que ela nunca viu e, no caso da mãe, o da saudade.
A gente às vezes fica naquela de querer conhecer quem foram aqueles antes de nós, o que faziam, o que gostavam, como eram. É quase uma necessidade entender o nosso passado, não para ditar nossa personalidade, mas para acolhimento e pertencimento. Acho que era isso que Iara procurava, e eu achei lindo.
Sinopse
Iara, uma “quase pré-adolescente”, sempre foi muito decidida, falante e curiosa. Costuma bombardear sua mãe com perguntas, muitas vezes difíceis de responder. Uma dessas perguntas deu origem a esta história: — Mãe, por que meu avô não me esperou? Você já teve vontade de encontrar alguém que partiu e que não vê há muito, mas muito tempo? Ou alguém que você nem chegou a conhecer, mas daria qualquer coisa para poder trocar uma ideia com essa pessoa? Iara queria muuuuuuuiiiiiiito. Com tanta, mas tanta força que… bom, venha conferir o que aconteceu nessa história que só a Iara pode contar.
Mais sobre a obra e a autora
- Autora: Helenita Fernandes – @helenitafernandes
- Número de páginas: 30
- Editora: Appris – Selo Arterinha.
- Onde encontrar: aqui e aqui