A palavra adoecer para uma mãe pode ser sinônimo de medo, angústia e até mesmo desespero. Processo dicotômico, pois adoecer deveria ser sinônimo de pausa, descanso, acolhimento e afeto.
Mas como fazer essa parada tão necessária para se restabelecer com a avalanche de preocupações que envolvem o maternar? Quem vai cuidar dos filhos? Educar? Alimentar? Brincar? Amar? São muitos fantasmas nesta simbiose.
Torna-se urgente e necessário fazer a leitura dessa mãe, ir junto com ela para os locais mais profundos, pois talvez seja este o lugar de encontro consigo mesmo e apreender que além de ser mãe, existe um ser humano nestes corpos (físico e sutil), e que adoecer e se recuperar dignamente é seu direito sim. Ressignificar-se com o que é somente possível é ferir a si mesmo, e consequentemente adoecer mais, com a nebulosa compreensão que as coisas estão certas e coerentes.
Ser mãe é não aceitar menos daquilo que lhe é de direito infinito e inegociável, é reaprender cotidianamente a permissão para viver todos os processos, inclusive o adoecer, e alcançar de modo ampliado a cura.