Eu agradeci por anos o ótimo pai que eu tinha escolhido para os meus filhos.
No momento que tomei a decisão do divórcio, esse nem foi um medo. Eu tinha certeza que era o melhor para nós quatro, e que ele seguiria sendo um pai maravilhoso.
Nem eu, nem nossos amigos e família conseguem entender como nesses três anos que sucederam à separação, tudo mudou tanto.
Um processo judicial para conseguir o mínimo, uma pensão alimentícia. Nenhum apoio, nenhum compromisso com as visitas. E tudo isso conseguiu ficar muito mais pesado, quando fui sabendo por onde eu passava, que ele se dera o trabalho de falar tanta coisa ruim a meu respeito.
Os meninos tiveram um super-pai enquanto existiu um casamento, e agora eu me pergunto como eu iria adivinhar?
Eu consigo me sentir orgulhosa por educar sozinha ao mesmo tempo uma criança de seis anos e um adolescente de doze, e minutos depois péssima por ter escolhido o pai que deixou um buraco na vidinha deles.
Eu já entendi que levar esse peso não muda quem ele é, e que não é culpa minha, porém e eles? Será qual o reflexo disso no futuro?
Eu formulo um milhão de perguntas sem respostas, todo santo dia. Que não vão mudar absolutamente nada, além de diariamente me fazer entender que só posso entregar o meu melhor e rezar.
Autora: Nara Oliveira – @naraolif – Mãe do Victor e do João.
Revisado por Vanessa Menegueci.
