Passada a bela Severina
Que tão pouco da vida lhe serviu,
Fez na terra mantimento
E na família fez plantio,
Óh, querida Severina
De tanto as mãos calejadas,
Serviste seu povo com a alma
E aos sertões com sua enxada,
Trataste seus filhos a pão
Deste-lhes o que comer,
Ceifava as ervas da vida
Sentia a dor lhe arder,
Mas sabia que a passarada
Amanhecia a lhe dizer,
Que a vida corria ao lado
Dos que sabiam vencer !
No sofrimento do seu sertão
Pedia a Deus pela chuva,
Bradava seu pranto em vão
E logo ficaste viúva,
Com os filhos de braços dados
Só tu mesma se bastava,
Sabia que homem nenhum
Nesta vida lhe faltava,
Foste tu, nobre Severina
Que na história escreveste o nome,
As veredas são sua sina
Bem-aventurança era seu sobrenome !
Autora: Alessandra Lopes – Instagram: @alelopesdiary.
Texto revisado por Cristiane Araújo.