Mulheres-mães protagonistas da própria história

POESIA | Para não esquecer

POESIA | Para não esquecer

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Houve um tempo em que você era eu
Nesse tempo éramos um
Mas tua presença já era mais do que a minha presença
Tua existência era já a de um porvir presente
E eu te sentia parte e outro
Pedaço e completude
Depois viraste um rebento
Com humor ácido e de poucos risos
me ganhou pela insistência
em ser outro
nunca mais eu
jamais igual
a mim
Fez-se na tua dimensão de gente
Com opinião e gosto
Atitude e promessa
Fez-se independente
Nas certezas e angústias
Nos saberes e vozes
Sabe tanto que me ensina
E desaprendo contigo
Da criança que um dia morou em mim
Do adulto que fui e sou
Da criança que me torno quando
me tocas
E assim seguimos dois e juntos
Como a mão direita e a esquerda
Num acordo implícito de imensidões


Autora: Patricia do Amaral. Instagram: @palavraquase.


Revisado por Luiza Gandini.

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