Nem era meu inferno astral e veio essa semana zicada do nada (como se essas coisas avisassem com antecedência).
Um dia após a segunda dose da vacina da Covid, estava feliz da vida; mas a conta da reação veio alta. Dor no corpo, cansaço absurdo e cabeça latejando. Deu pra levar o dia, sentando mais pra brincar e aproveitando uma soneca do baby pra repor uns 2% de energia. Credo!
Dia seguinte, tudo normal, a gente quer o que? Ah, viver! Fui passar uma tarde gostosa com minha família, mas no meio do caminho tinha um sofá. Topei loucamente com meu pé nele. Vi estrelas, lua, satélites… põe gelo e a dor lá, gritando. E o medo de ter quebrado? Como ia acordar de madrugada pra amamentar? Segurar o bebê no colo? Ninar fazendo aquele movimento do balancinho pra frente e pra trás com os pés?
Por que a gente faz isso com a gente mesmo? Parece que não podemos aceitar que ficamos doentes, que precisaremos que alguém cuide de nós e ainda assuma nossas tarefas. É uma cobrança ferrenha por ter de estar sempre bem disposta e saudável, como se a vida fosse essa linha reta e sem vírus ou uma quina.
Infelizmente, a vida faz curva nos momentos que quiser e pode ser que pegue bem naquela semana importante de entregas do trabalho ou antes daquela viagem que você tinha programado por meses. É amargo, mas faz parte. Nessas horas a gente precisa se acolher desse medo besta de faltar, de “dar trabalho pra alguém”, de cancelar um compromisso porque o corpo pediu. Respira e aceita ajuda. Dói menos (literalmente)!
Dali uns dias tudo volta ao normal. Quem te ajudou fica super feliz em ter sido seu super herói ou heroína. Você vai conseguir colocar as coisas em ordem no seu tempo, reprogramar a viagem e curtir outro dia de sol. A vida tira, mas também oferece novas oportunidades, acredite.
Autora: Sou Larissa Mota Omori, 32 anos, jornalista, mãe do Raul e casada com o Kimio. Estou me redescobrindo como profissional após essa linda transformação da maternidade e entre as (re) descobertas está o gosto pela escrita. Instagram: @alariescreveu.
Este texto foi revisado por Luiza Gandini.