Temos uma mãe na seleção feminina brasileira de futebol e como todas nós, ela teve de deixar de lado, por dois anos, sua profissão por conta da maternidade. Tamires Cassia foi mãe aos 21 anos, justamente na sua fase de atleta.
Como muitas de nós, ela foi julgada por estar grávida, muitas pessoas tentavam desanimá-la dizendo que o seu sonho tinha acabado por causa da maternidade e sofreu a tal solidão materna que infelizmente faz parte da nossa rotina.
Depois de alguns anos, foi convivada novamente para jogar, então, começou a rotina de ficar longe do filho (que só via de sinal de semana) e do marido, também jogador. Por conta da rotina de ambos, ela largou o futebol para acompanhar o marido. Mais uma realidade de muitas de nós, abrir mão do sonho para seguir o do outro, no caso, o seu companheiro.
Depois de um tempo, o marido voltou a jogar em SP, então, Tamires fez testes para jogar profissionalmente, depois de muito jogo, foi para a seleção brasileira, jogou o Pan-Americano, Olimpíadas e agora, seleção.
E, por mais que ela tenha o apoio do marido (nada mais justo), ainda é julgada por ter de ficar fora e longe do filho e do companheiro, como se a responsabilidade fosse totalmente dela, como se ela tivesse novamente de abrir mão da sua carreira, afinal, ela é mulher, mãe, esposa e deveria fazer como a sociedade diz: “essa é sua vida agora”.
Esse é um pequeno resumo de uma das atletas que representa do Brasil no futebol feminino, a única cobrada não só por ser mulher num país tão machista no quesito futebol, mas também pela sua maternidade.
Tamires é uma inspiração para mim, e acredito que essa história pode inspirar você também e eu torço, para que um dia, não possamos mais sofrer tanto por sermos mães nessa sociedade, que nos vejam além dos nossos filhos, que nos vejam como essa mulher, uma atleta sensacional e inspiradora.