Mulheres-mães protagonistas da própria história

O Everest da maternidade

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Sabe aqueles dias em que a gente não acorda bem, em plena sexta-feira e você não tem vontade de fazer nada, mas tem que trabalhar o dia todo? Tenta se distrair, mas percebe que olha várias vezes no relógio esperando chegar às 6 da tarde pra ir embora? E em casa sabe que tem louça pra lavar, roupa pra recolher, o chão está todo sujo, mas você pensa “Dane-se”, e se dá um descanso merecido? Marca um encontro com sua cama e de lá só sai pra ir ao banheiro e comer alguma coisa?

Pois é, esse “dane-se” não existe na maternidade e isso é o que mais me faz falta. Ter um tempinho de me desligar de tudo e procrastinar sem culpa. Por mais que você tenha uma boa rede de apoio que te dê total liberdade pra descansar por pelo menos algumas horinhas, o seu cérebro de mãe não consegue descansar, parece que fica esperando um chorinho do bebê a qualquer momento. Pelo menos é o que acontece comigo e deixa a maternidade exaustiva.

Se eu tivesse que descrever o que é o puerpério em uma palavra seria: susto! Por mais que a gente estude sobre amamentação, sono, primeiros dias e cuidados do recém-nascido, por mais que a gente se sinta preparada pra tudo, por mais que tenha experiência com crianças de todas as idades (e acredite, eu tenho), por mais que o desejo de ter essa criança seja muito grande, não se escapa do susto que é.

A verdade é que: ninguém te prepara para o seu bebê.

Não se engane; estudar e se preparar pra tudo isso é extremamente necessário! Não se vai ao monte Everest sem antes saber tudo sobre ele e treinar muito, e, talvez, uma escalada em um monte coberto de neve comparado aos primeiros dias de uma mãe não seja um exagero. Mas cada um levará os materiais que julga necessário para tal escalada.

Uma coisa que me ajudou, e ainda ajuda muito, é saber que muitas pessoas já conseguiram chegar ao topo. Que muitas mães ainda estão tentando, e que eu não estou sozinha nesse desafio. A cada relato sobre amamentação, a cada foto de mães emocionadas, a cada parto difícil que tenho conhecimento, a cada história de vitória sobre os obstáculos da maternidade que eu ouço, eu me lembro o quanto tudo isso vale a pena e o motivo de todas passarmos, com amor, por isso tudo.

Fica aqui meu agradecimento a todas as mães e profissionais que dedicam a vida a ajudar a maternidade a ser menos complicada, mais saudável, e, consequentemente, a formar pessoas mais saudáveis e felizes. O futuro precisa de nós!


Autora: Meu nome é Gabriela Sanches Ferreira, tenho 26 anos e sou mãe da Clarice de 2 meses e meio. Sou formada em pedagogia e apaixonada pela infância. Feminista e militante dos direitos humanos, acredito que aos poucos a vida em sociedade pode melhorar. Instagram:@fsanchesgabi. Facebook: https://www.facebook.com/gabi.sanches.56.


Este texto foi revisado por Luiza Gandini.

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