A independência infantil pode começar bem cedo, principalmente, se os pais e professores deixarem as crianças realizar as atividades mais sozinhas, dando- lhes oportunidades de errarem, tentarem e experimentarem, sem que eles estejam por perto, falando como faz isso e aquilo o tempo todo.
O que acontece, geralmente, é que muitos pais e também professores por acreditarem que seus filhos ou alunos, ainda, não tenham capacidade de realizar certas atividades sozinhos; muitas vezes, para evitar que eles se machuquem/estressam ou por comodidade para conseguirem resultados mais rápidos, antecipam as atitudes das crianças e não as deixam nem mesmo tentar. Lembro de minha mãe, que quando eu e minha irmã queríamos fazer algo, uma quitanda ou qualquer outra comida, ela dizia assim: “deixa eu fazer, vocês demoraram demais”.
Tenho observado que o zelo e a proteção exagerada dos pais e professores têm inibido muito a iniciativa, a desenvoltura e a própria independência dos pequenos, tornando-os, cada vez mais, acomodados, sem iniciativa, sem criatividade e sem confiança neles próprios.
Carregando quase que para o resto da vida sentimentos de incapacidade para fazer qualquer coisa, sem que alguém esteja lhes dando suporte, proteção, auxílio, ou lhes dirigindo e aprovando o que fazem o tempo todo.
Os pais e professores devem estar, desde muito cedo, estimulando as crianças e pré – adolescentes a realizarem atividades comuns do dia a dia, sozinhas, como: juntar seus brinquedos, colocar as roupas sujas no cesto, lavar seus calçados, fazer suas atividades, arrumar seus objetos escolares, etc. Assim, na medida em que forem crescendo, os pais e professores poderão lhes dar maiores responsabilidades.
É claro que as primeiras ações não sairão com tanta perfeição, mas isso faz parte do processo. Toda a aprendizagem envolve várias fases: tomar a iniciativa, errar ou acertar e também lidar com a frustração,etc. Como a criança da foto, que ao atender o chamado do pai para buscar o irmão mais velho, na escola, não pediu que seu pai o calçasse, ele mesmo teve a iniciativa de sozinho calçar os primeiros pés dos seus calçados que encontrou pela frente.
Há uma fase para tudo. Nesta fase, não se deve exigir muita perfeição. Todas as atividades realizadas pelas crianças devem ser elogiadas. Aos poucos, os pais e professores podem lhes informar, momento em que as mesmas estarão percebendo melhor quais são seus pares, e a maneira correta de usar ou fazer esta ou aquela atividade. O quê pensam desse tema?
Autora: Nilva Moraes Ferreira – Instagram: @nilva_maria_moraes_ferreia.