Filha judoca

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Acompanho a segunda luta da minha filha na copa de judô de Betim. Nossa primeira vez nesse tipo de competição. Ela perdeu a primeira luta e tenta um resultado melhor desta vez. Partiu para cima da adversária e está se saindo bem. Venceu por pontos! Estou no alto da arquibancada, inchada de orgulho. É muito bom ver o filho da gente vencer em algo!

Não posso deixar de pensar na alegria que o coraçãozinho dela está sentido lá embaixo, no tatame. Também não disfarço minha satisfação em vê-la vencedora. Final das competições, ela ficou em segundo lugar em seu grupo, na primeira competição após apenas seis meses de aulas. Que feito!

Essas alegrias são gostosas de saborear e de compartilhar com os demais. Saímos mostrando o vídeo da luta final e a medalha para os familiares.

Na verdade, eu saio mostrando porque ela já incorporou o acontecido e voltou para o jogo de game.

Pensando nisso, não posso deixar de refletir o quão diferente a sua infância é do que foi a minha. Eu nunca tive a chance de lutar uma arte marcial, só na frente da TV imitando o Bruce Lee e o Jaspion.

Minha mãe era solo, faxineira e a grana mal dava para garantir roupa, comida e escola, mas foi tudo do que precisei. Roupa, comida e a oportunidade de estudar que ela me deu garantiram o judô da minha filha hoje.

Sempre que posso, converso com minha filha sobre esse percurso que vem do esforço da minha mãe (antes dela, da minha avó), passa pelo meu esforço e garante o conforto dela no presente. Espero que nunca nos esqueçamos disso, enquanto vamos aproveitando os louros das nossas pequenas vitórias.

Por: Cristina Souza – @cristinasouzabh
Revisão: Stefânia – @tevejomae

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