Vivenciamos uma realidade nunca antes imaginada para a época contemporânea: um vírus altamente contagioso, que se propaga rapidamente, por transmissão aérea, contato físico e com superfícies contaminadas. Nem toda tecnologia e conhecimento acumulado pela civilização atual ainda foi capaz de encontrar uma solução eficaz para controlar a disseminação de uma “praga” que vem dizimando milhares de vida a cada dia por todo o globo. Há os que comparem essa pandemia as pragas do Egito, vivenciada por Moisés e seu povo em torno de 1200 anos a.C. Mas, se essa praga fosse “mesmo” enviada por Deus, onde estariam sua bondade e justiça divina?
Para aqueles que “temem” a Deus, tendo em sua figura um Pai que “pune” seus filhos pela desobediência, o sofrimento atual é parte do castigo divino. No entanto, para aqueles que, como eu, creem num Deus de amor e bondade, compreendem que o que vivenciamos é fruto de nossas próprias imperfeições, resultado de ações inadequadas ao longo de séculos e séculos, da falta de cuidados com nosso meio ambiente – o que criou condições específicas para o desenvolvimento desse vírus tão potente.
Se foi “criado” pelos chineses com interesse econômico (como algumas teorias da conspiração dizem por aí!), ou se foi resultado de mutação genética por meio de processos naturais (como aponta um estudo científico publicado em 17 de março pela revista Nature Medicine), o que sabemos é que estamos diante de um grande exercício de obediência e altruísmo para a humanidade. É em meio ao caos instalado que vemos lindos exemplos de solidariedade, amor ao próximo e compaixão.
Nesse contexto de pânico, desespero e incertezas, todos somos forçados a ficar reclusos em nossas casas, como forma de prevenir a disseminação e contágio do vírus. Escolas e estabelecimentos comerciais foram fechados, permanecendo apenas os serviços essenciais para a manutenção da sociedade.
E o que fazer com as crianças nesse período de quarentena? Manter os pequenos ocupados dentro de casa não é tarefa das mais fáceis – principalmente para aqueles pais e mães que estão trabalhando de suas residências (num sistema de home office). Conciliar trabalho e criação dos filhos, normalmente, já se constitui num enorme desafio para as famílias. Numa situação de pandemia e reclusão total, o “problema” se triplica!
A primeira sugestão é: não se desespere! Estamos num momento em que preservar nossa saúde mental deve ser o objetivo principal – de todos: adultos, idosos e das crianças também! Como fazer isso? Cada família buscará encontrar soluções adequadas para sua condição de moradia e estrutura emocional.
Eis aqui algumas sugestões que poderão colaborar para essa fase da quarentena:
- Procure estabelecer períodos de atividades: destine alguns momentos do dia para brincar com seus filhos. O gasto de energia das crianças em momentos de brincadeira contribuirá para que, depois, você consiga ter algum tempo de calmaria para fazer suas próprias atividades (enquanto eles se distraem vendo desenho, lendo ou jogando – e, não! Isso não é pecado! É uma regra de sobrevivência em tempos de caos!).
- Descubra o prazer nas coisas simples da vida: experimente fazer uma comida diferente para o almoço ou café da tarde. Comer um lanche ou pedir pizza, de vez em quando, também não deixará ninguém desnutrido! Sente-se e assista um filme infantil com seus filhos (e, quando eles dormirem, dê-se o direito de assistir ao que gosta!).
- Converse com amigos: em tempos de redes sociais, utilizar as ferramentas de conversa pode ser um grande aliado na manutenção da saúde mental. Compartilhar sensações e emoções com outras pessoas pode trazer conforto e mais segurança. Verás que não está sozinha(o) em meio as angústias e incertezas desse período!
- Cuide do seu interior! Se ainda não tem o hábito, eis um propício momento para cultivar um tempo para olhar para dentro e se conectar com sua essência! Seja por meio da oração, meditação ou simples contemplação! Leia mensagens edificantes e se fortaleça!
- Não se desespere! Evite assistir noticiários sensacionalistas, que disseminam a todo momento tragédias e outras calamidades. Nosso padrão mental é o grande responsável pela manutenção da nossa sanidade! Informe-se, sim, mas não se prenda as notícias mais pesadas, que só servirão para te desestabilizar ou criar pensamentos negativos. Sintonizemo-nos na luz, no bem, na esperança!
O momento é difícil e exige nossa atenção! Mas, confiantes na bondade e justiça divina, todos passaremos por ele com coragem e esperança! Siga as orientações de higiene e segurança, cuide da sua família, brinque com seus filhos e creia que, depois de toda crise, um novo caminho se descortinará para toda a humanidade!
Autoria: Cláudia Cristina de Oliveira Pereira, mãe do Enrico e do Vittorio. Licenciada em Pedagogia (UNESP), Mestre em Ciências: Educação e Saúde (UNIFESP) e Doutoranda em Educação (USP).