Recentemente, eu estava conversando com uma amiga sobre as minhas perdas. Falando sobre todos os processos do luto, da dor que te acompanha e tudo que mães que passaram por isso, carregam dentro de si.
Bem, o que eu quero dizer para as pessoas que tem por perto alguém que passou por uma perda, e que não sabem o que fazer, aqui vai uma dica: dê carinho, não de conselhos e chame essa mãe para conversar. Fala que você sente muito por tudo que aconteceu e que você está ali para o que ela precisar, seja para falar sobre o que ela quiser, para ouvir se ela quiser desabafar e para abraçar caso seja somente isso que ela queira.
Se você, assim como eu, um dia já teve uma perda gestacional, esse é o momento de contar a sua história novamente, chorar novamente e acolher essa mãe da melhor forma possível. Dizer que ela não está sozinha nessa dor. Você também pode mencionar que essa dor vai amenizar com o passar do tempo, afinal a vida continua acontecendo e o tempo é o melhor, e o único remédio.
Por favor, não mencione frases como: “logo você engravida novamente!”, “Você ainda tem tempo!”, “não era a hora!”. Frases como essas não ajudam em nada e às vezes até fazem doer ainda mais. Escute, dê carinho e acolha.
Se essa mãe estiver em um dia feliz, ela fará questão de te dizer que hoje ela está bem. Se esse não for um dos seus melhores dias, ajude esse a se tornar um pouco melhor. Quando a dor é recente a gente vive um dia de cada vez e infeliz ou felizmente nenhum dia é igual ao outro.
O processo de luto é longo e não tem uma regra de começo, meio e fim. O desejo e a esperança que essa mãe teve dentro dela, foi tirado e muitas vezes sem uma resposta apropriada. Isso também vale para mães que perderam seus filhos após o nascimento ou já grandes, que vivem nas memórias e sabem as razões pela qual eles a deixaram. Dessa dor eu não consigo escrever com confidência, porém, choro e sofro ao pensar nessas mães que carregam essa perda com elas, e sinto muito, muito mesmo que a vida tenha seguido esse curso.