A Pausa que Revigora: O Papel do Trabalho na Saúde Mental da Mãe

A Pausa que Revigora: O Papel do Trabalho na Saúde Mental da Mãe

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Toda mãe deveria ter algum tempo para se dedicar a alguma atividade, sem pensar nos filhos. Pode ser um momento para praticar uma atividade física, para trabalhar, talvez para se dedicar a um hobbie, quem sabe para se divertir com amigos, ou até mesmo para descansar sem fazer nada. Essa dinâmica é essencial para a saúde mental materna. A mulher que consegue dedicar tempo a si mesma tende a ser uma mãe melhor.

No meu caso, o trabalho sempre foi uma das atividades que faço nos momentos que tenho só para mim. São horas em que meus pensamentos se voltam para projetos, prazos e equipes, fazendo uma pausa nos assuntos maternos. Isso me garante que, de segunda a sexta, terei oportunidade e legitimidade para me ocupar com temas não relacionados diretamente às minhas filhas.

Acontece que esse mesmo trabalho, que ocupava minha rotina somente em horário comercial nos dias úteis, começou a me demandar viagens eventuais, em que preciso passar uma noite fora de casa. Claro que isso acarreta um desafio. Não é simples organizar a logística necessária para que minhas filhas tenham suas necessidades atendidas enquanto estou fora. É necessária a assunção de compromissos pelo pai e a colaboração de nossa rede de apoio.

Uma vez estabelecido o plano de contingência a ser acionado para viabilizar essas viagens eventuais a trabalho, me dei conta de que havia mais um aspecto envolvido nessa dinâmica: durante a viagem, eu teria uma noite inteira só para mim. Ou seja, eu poderia dormir sem me preocupar se a criança fez xixi antes de dormir, sem me levantar no meio da noite para fazer um Nescau, sem acordar por conta de pesadelo ou tosse da minha filha.

O direito de dormir eventualmente uma noite sem interrupções tende a passar despercebido para as pessoas que têm essa necessidade atendida naturalmente, sem demandar esforço. Já para as mães de crianças pequenas, isso pode ser um fator determinante para garantir a saúde mental materna.

Cada mãe tem sua forma de buscar a harmonia entre a maternidade e as demais demandas da vida. Felizmente, no meu caso, consegui me organizar de forma que meu trabalho contribua de maneira positiva nessa equação, não apenas pela questão financeira. Ainda que meu relato de respeito e equilíbrio entre maternidade e carreira não se aplique à grande maioria das mães, ele pode indicar que existe uma luz no fim do túnel. Pode ser uma indicação de que é possível conciliar trabalho e filhos de forma saudável e respeitosa. Que estejamos construindo um futuro em que essa realidade se faça presente na vida de cada vez mais mães.

OBSERVAÇÃO: Aproveito para registrar aqui meu sincero agradecimento ao meu chefe, que, de forma não intencional, contribuiu significativamente para minha saúde mental, fazendo de mim uma melhor mãe e profissional.

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