Todos os dias, ao acordar, lanço a mim mesma um propósito: ser a melhor mãe que eu conseguir ser para a minha menina.
A maioria dos dias é marcada por um grande esforço de não repetir padrões que considero inadequados para a educação de crianças.
Como é difícil romper o ciclo! Os muitos anos imersa nele, na infância e na adolescência, moldaram quem eu sou (ou quem eu era?).
A maternidade me atravessou feito lança. Destas bem, bem afiadas! Comecei a questionar inúmeras coisas que, antes, não eram tão relevantes para mim. Algumas coisas passaram a fazer sentido, enquanto muitas outras eram (e são) incógnitas que me apareciam tal qual a Esfinge com seu enigma. Decifra-me ou te devoro, ela dizia.
Fui devorada, sem dúvida! E neste novo lugar para qual o encontro com a Esfinge me convocou, me transformei, como Itaro em seu poço, no livro “Homens imprudentemente poéticos”, de Valter Hugo Mãe.
Meu poço foi uma depressão severa, que virou minha vida do avesso. Decidi, então, olhar para as paredes dele, numa tentativa de ver, para além da dor, a beleza que há nelas.
Ostra feliz não faz pérola, já dizia o grande Rubem Alves. Ser mãe me trouxe vários desafios. E também me ajudou a produzir pérolas. A maternidade me tornou uma pessoa melhor! Mas ainda há muito caminho pela frente.
Afinal, você é a mais importante das minhas pérolas, filha!
Por Gabriela Galvão França – @gabrielagalvaofranca





