Se precisar, peça ajuda

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Com a segurança do trabalho, aprendi, infelizmente, que somos números.

Quando nascemos, viramos um número e, daí por diante, em toda a nossa vida continuamos: CPF, RG, habilitação, CTPS, PIS, passaporte, título eleitoral, conta de bancos, senhas…

Costumo falar que o único número que não podemos nos tornar é de acidente de trabalho. Uma estatística. Um número para a Previdência Social.

Acrescento aqui, hoje, o número por suicídio.

Uma estatística. Um número para o Ministério da Saúde. Para a OMS.

Todos estes números podem ser subnotificados, alterados, não divulgados ou mascarados. Pelo sistema, pelas empresas, pela sociedade, pelos órgãos do governo, pelas famílias e por nós.

Não somos números. Somos uma história. Somos o amor de alguém, o filho de alguém, o irmão de alguém, a alegria e a dor de alguém, amigos de alguém…

E, todos os anos, aparecem os números divulgados das mortes por suicídio. Uma profunda tristeza real. Quando alguém morre por suicídio, outras tantas pessoas podem ser afetadas. São os sobreviventes do suicídio.

“SE PRECISAR, PEÇA AJUDA” é o lema deste ano do SETEMBRO AMARELO.

As campanhas de saúde são importantes porque elas chegam a vários lugares e pessoas que não poderiam ter este acesso, esta informação. A conscientização é um caminho.

Não é apenas a escolha de um mês, mas a certeza de que podemos falar neste mês o bastante, talvez não o suficiente, mas podemos. Há o cartaz colado no posto de saúde, há a palestra na escola, na empresa, no rádio, na TV. Não podemos desistir. Não podemos não trabalhar no apoio a esta conscientização.

Em um momento de tanta desinformação, Fake News, estamos diante de um desafio. O compromisso de nos informar, de aprender, de sabermos lidar com as dores sem cortes e sem sangue. Precisamos eliminar o tabu, os preconceitos e as máscaras que colocamos para não estender a mão.

Mas…

E quando pedimos ajuda e não nos escutam?

E quando não há corte, sangue, lesão, como falar desta angústia, desta dor, deste sofrimento e encontrar o acolhimento necessário e correto. Estamos preparados? Estamos prontos para o não julgamento?

Milhares de pessoas enfrentam diariamente a luta silenciosa contra a ansiedade, a depressão, contra as doenças da alma. E mesmo com apoio psicológico, psiquiátrico, familiar e espiritual, sentem-se sozinhas.

Por isso, é tão importante a nossa conscientização de escuta e um olhar atento para algo que é tão silencioso.

A prevenção pode salvar.

A educação pode salvar.

Conversas difíceis são fundamentais para salvar vidas.

Por Manuela Palma – @manuelapalma___

Revisão: Angélica Filha

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