“A raiva é uma reação que a gente escolhe”. Essa frase faz sentido para você? Para mim, passou a ter um significado imenso quando eu precisei parar de pegar o atalho e ir pelo caminho mais trabalhoso e longo.
Confesso que eu sempre achei mais fácil no meu maternar gritar e falar a famosa frase: “porque é assim, eu sou a mãe e é assim que é”. (A mãe que nunca gritou tá liberada de atirar a primeira pedra. rs)
Mas quando você tem diante de você alguém com as mãos no ouvido, pela extrema sensibilidade auditiva e choros por falta de compreensão daquelas palavras tão duras e sem significado algum, você para, respira e começa a rever seu comportamento.
E mais uma vez a maternidade atípica veio me ensinar coisas e me ajudar a ser uma pessoa melhor, para mim, para os outros e, principalmente, para os meus filhos.
E quando eu entendi que a raiva não era mais uma reação que poderia escolher, eu comecei a pegar o caminho mais longo e cansativo, o do diálogo.
Esclarecer os fatos, as dúvidas e as desavenças de maneira racional é muito mais trabalhoso, então a gente tenta se livrar fazendo com que as pessoas se submetam a nós, mesmo que elas não tenham tentado se opor a nenhuma resistência. Daí o nosso ataque de raiva.
E diante daqueles olhos grandes e expressivos transbordando em lágrimas, eu parava e rapidamente o acolhia. Então, ali, eu pude perceber que a raiva era uma emoção momentânea, que eu tinha plena possibilidade de controlar. Eu gritava para impor as minhas opiniões e vencer a briga, o caminho mais fácil.
A maternidade, com todas as suas complexidades, nos coloca diante de momentos cruciais em que podemos escolher entre a raiva reativa ou a abordagem mais amorosa e consciente.
E aqui está o ponto crucial da comunicação afetiva. Escolher o caminho mais longo, mas mais significativo, envolve investir tempo e esforço em realmente entender as emoções e as necessidades do outro.
Por Fabiane Dias – @fabi_diasm