As brincadeiras eram diversas, não havia TV, internet, nem mesmo telefone fixo, quanto mais celular! Brincávamos de:
Casinha: arrumávamos um espaço com mesinha, cadeirinhas, banquinhos, caixotes ou o que tivéssemos. Fazíamos comidinha de mentirinha com matinho, terra, areia… Soltávamos a imaginação. Alguém era o papai, outro a mamãe e outro o filhinho.
Piques: um ficava “batendo cara” e contando no pique, enquanto os demais se escondiam. Aquele que acabava de contar, gritava: “lá vou eu”, e saía à procura dos escondidos. Quando isso acontecia, falava o nome e corria para os piques. Se o achado chegasse primeiro ao bater no pique, a vez era passada para ele. As crianças menores brincavam juntas e eram consideradas “café com leite”.
Estátua.
Duro ou Mole.
Passarinho Ajuda-Ajuda: uma criança era escolhida para pegar as outras. Dado o sinal, começava a correria e na medida em que as crianças eram pegas, elas ajudavam a pegar as demais falando: “limão galego, esbarrou, tá pego”. Significava que era só encostar no outro e ele passaria a ajudar a pegar…
Boca de Forno: uma criança era designada para ser mestre. Primeiro dizia: “boca de forno”, as outras crianças respondiam: “forno”; “tirar um bolo”, “bolo”; “fazei tudo que o seu mestre mandar”, “faremos com muito gosto”. Então, o mestre dava uma tarefa a ser cumprida e, quem realizasse primeiro, seria o novo mestre.
Passa Anel: uma determinada criança passava o anel no grupo em que todos estavam de mãos postas. Por fim, perguntava a uma delas: “com quem está o anel?” Se acertasse, ela passaria o anel.
Passa, Passa Três Vezes: faziam duas filas, cada uma com um líder. Com as mãos, eles abriam um túnel onde as crianças passavam e cantavam: “Passa, passa três vezes, o último que ficar, tem mulher e filho que não pode sustentar (2x)”. Daí, em certo momento, os líderes abaixavam as mãos prendendo uma criança que deveria escolher o nome da sua equipe, referindo-se aos líderes: garfo ou faca; pera ou maçã; laranja ou banana. Ganhava a fila que estivesse maior.
Pé de Lata: amarrava uma lata com um barbante grosso em cada uma das extremidades e com os pés descalços em cima das latas, saía andando.
Perna de Pau: dois paus com apoio para os pés, subia-se neles e saía caminhando.
Mana Mula: uma criança se posicionava de quatro, então, as outras pulavam por cima dela. Quem não conseguisse saltar ficava apenas olhando, eu era uma delas.
Pedrinhas: também chamada de Três Marias.
Brincadeiras de Roda: Ciranda-cirandinha; o cravo brigou com a rosa; a canoa virou; se eu fosse um peixinho; lenço atrás…
Corda: cobrinha; batalhão; foguinho; quantos anos você tem?; um, dois, três; pular a corda; corda de dois…
Brincadeiras com Bola: bola atrás, queimada, bola ao alto. Jogos de bola na parede: sete – para cada número, um gesto; ordem: “em seu lugar, sem rir, sem falar, um pé ao outro, uma das mãos a outra, bata palma, pirueta, traz à frente, queda feita…”
Escolinha: no quarto do fundo, perto da cozinha, havia uma lousa de pedra, onde desenhávamos e aprendíamos as primeiras letras com a minha mãe.
Além dessas brincadeiras, havia os recortes de revistas, bonequinhas de papel com os seus vestidinhos, bolsas e acessórios incluídos na coleção Bem-Te-Vi, uma revista mensal para as crianças da Igreja Metodista.
Que delícia!!! Quanta folia!!!
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Autora: Mercia de Abreu