Filho de personalidade forte

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Dia desses, estava conversando com minha mãe sobre algumas dificuldades que tenho com o Dante por ele ter uma personalidade forte.

Minha mãe me contou que, quando eu nasci, ela falava que queria que eu fosse o tipo de mulher que, se caísse 7 vezes, levantaria 8. Que queria que eu tivesse a coragem de fazer coisas que ela não teve. Que eu não abaixasse a cabeça pra ninguém. 

E assim eu sou.

E foi desse mesmo jeito que minha mãe me questionou sobre o Dante. “Você me disse que queria um filho de personalidade forte. É isso o que ele é. Lembre-se de quem você quer que ele seja quando estiver difícil, como eu me lembrei todas as vezes sobre você”.

Eu brinco que o Dante já me desafiou antes de nascer, porque, o que eu menos queria, era um filho leonino e ele esperou entrar no primeiro dia do sol em leão pra começar a dar os sinais.

Não só isso: nasceu com sol, mercúrio e marte em leão pra garantir.

Uma vez o esqueci na escola. 

Quando cheguei e me desculpei, ele me disse: “tudo bem porque foi sem querer, mas que isso não se repita”.

Ele tinha 4 anos.

Também já fui chamada na diretoria do jardim de infância porque ele se meteu em uma “briga generalizada”. O motivo? Tinha um garoto rindo do amigo dele, o amigo ficou triste e ele foi lá defendê-lo.

A única vez que eu fui parar na diretoria foi por discutir sobre filosofia em uma aula de matemática de um professor militar.

Me perguntaram por que eu estava falando de filosofia durante a aula de matemática e eu disse que tínhamos aula de filosofia uma vez por semana só e que ela precisava ser discutida, principalmente quando um professor falava tanta besteira.

Eu tinha 13 anos.

Eu quero que o Dante saiba viver sem os pais.

Que não acate coisas sem questionar.

Que desista quantas vezes ele quiser do que não o fizer feliz.

Que apareça com um cabelo ridículo em casa porque achou que ficaria legal.

Que invente lugares, profissões e palavras que não existem, se for necessário.

Que vá embora de casa experimentar a vida adulta como ela é.

Eu concordei com a minha mãe, na época, no meu papel de filha.

E concordo hoje também no meu papel de mãe.

Por Thayla Jamus – @thjamus

Revisora: Angélica Filha

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