Mulheres-mães protagonistas da própria história

“Você deve ser sempre a prioridade da sua vida” Será?

“Você deve ser sempre a prioridade da sua vida” Será?

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Eu vejo uma problemática nessa frase quando falada para as mães, principalmente mães de bebês e crianças na primeira infância.
Vejo a importância sim de sermos nossa prioridade. De nos cuidarmos, de não nos esquecermos em prol das demandas.
Mas vejo isso como mais um pressão que a mãe precisa atender e suprir. Algo a mais pra “dar conta mentalmente”.
Um bebê em desenvolvimento, uma criança com o cérebro imaturo e em pleno desenvolvimento, não pode muitas e muitas vezes ficar em segundo plano, sejamos sinceras.
Entre eu doente, que sei que uma gripe é passageira e que já tô acostumada com os sintomas e um bebê ou criança que tá assustado ali com uma coisa que pra gente é “simples”, mas psicologicamente pra ele ainda não é, eu não vou ser prioridade.
Entre eu, que consigo racionalizar melhor as mudanças – há controvérsias – e ele que se assusta com o novo mais facilmente, eu não vou ser a prioridade.
Existem muitas camadas nesse assunto.
Existem muitos momentos que sim, a escolha é colocar eles em primeiro lugar.
E eu sinceramente não acho isso errado. Acho isso coerente e sensato.
A criança não veio para se adaptar a gente.
A criança veio para que a gente se adapte a eles, até que eles consigam se adaptar ao mundo.
Cada fase do desenvolvimento exige uma doação diferente dos pais.
Maternar é em boa parte se doar sim! E isso não é romântico, é apenas a realidade.
Precisamos tomar cuidado com a necessidade da desromantização da maternidade e por causa disso ir pro outro oposto.
Somos sim nossas prioridades – quando dar.
Mas as vezes não dá.

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