Desde que engravidei, muitos me alertam sobre a solidão que é a maternidade. Me alertam do quanto será eu e eu, porém hoje parei para pensar: ainda não vivi essa tal maternidade solitária. Afinal, vivo uma maternidade super – hiper – acompanhada! Sim, muitas são as companhias que a maternidade traz. A primeira é o julgamento.
O julgamento por agora não ser mais uma mocinha pura e virgem e provar minha impureza com uma linda barriga! É como se eu fosse algo bem ruim e que por minha impureza mereça ser castigada e sofrer. Logo em seguida, a segunda companhia: o castigo e as perdas.
Perde-se, então, os amigos, o emprego, as oportunidades de viagens, passeios e festas! Perde-se também os estudos e a funcionalidade. Notei que a maternidade traz muitas companhias. Já citei a crítica por tantas perdas?
Somos criticadas por ter escolhido ficar em casa e assim ter perdido o emprego. Criticadas por não ter voltado ao corpo de antes com toda a agilidade das celebridades e, então, as companhias aumentam e infinitas são elas. A insônia também se torna uma companheira e essa é daquelas que não te larga por nada!
E aí vem as dores, as lutas, as ideias frustradas, os sonhos naufragados e o desejo imenso e consumidor de que tudo passe. Sim, eu concluo que a maternidade tem muitas companhias e essas são longas e pesadas.
Autora: Thaisa Andrade Castagnazzi – Instagram: @thaisa.andradde. Facebook: Thaisa Andrade.
