ESPECIALISTA | O peso da Maternidade 

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  • Meu corpo mudou após a gravidez, nutri. Nunca mais voltei ao peso que tinha antes

Se essa fala puder ser sua, vamos bater um papo. 

Antes de tudo eu espero que a conversa seja sobre um corpo amado. Um corpo que busca cuidados, autoconhecimento e saúde. Eu posso entender que seja difícil, pois somos ensinadas a odiar nosso corpo, e travar com ele uma guerra infinita de insatisfações. 

Mas vamos lá… 

A gravidez é um marco no corpo da mulher e representa o seu completo amadurecimento. Durante a gestação acontecem inúmeros eventos fisiológicos e adaptações para o crescimento fetal. Espera-se um ganho de peso entre 5,0 a 18 kg ao longo dessas 40 semanas, dependendo do peso pré-gestacional. 

A gravidez é um momento muito propício a mudanças de hábitos. Aproveitar a preparação para chegada do bebê para incluir hábitos saudáveis, como aprender a cozinhar, experimentar novos alimentos e fazer as pazes com seu corpo, é o enxoval que recomendo a todas as pessoas que gestam! A sua alimentação vai refletir na saúde dos seus filhos e netos através da genética, sabia? Além disso, complicações como diabetes, hipertensão, edemas, enjoo e azia, eclâmpsia, parto prematuro, podem ser evitados com uma alimentação saudável e adequada durante a gestação. 

A retenção de peso pós-parto é bem maior quando ganhamos além do necessário durante a gestação. Mas, voltando ao caso da minha paciente que reclamou que seu corpo não voltou “ao normal”. 

Como falei, o corpo amadureceu. Este é um ponto. Outro ponto é de quando é este corpo referência? O tempo passa e costumamos usar uma referência inadequada para a faixa etária. O tempo de negligência ao corpo também cobrará uma taxa: quanto mais tempo com este excesso de peso, haverá um ajuste para que ele se torne o seu peso “normal”. 

  • O que eu faço, nutri? Me desespero? 

Sabe aquele cuidado que a mãe tem com a alimentação do filho? Pois bem, adote este mesmo cuidado para a sua própria alimentação. É importante e destaco que a rotina dos afazeres domésticos e maternos impacta no autocuidado da mãe. 

 Sono ruim, cansaço, estresse, falta de tempo, tudo isso colabora para hábitos ruins e para escolhas alimentares inadequadas. Como compensação e conforto, comemos alimentos que nos trazem culpa depois, mas comemos, porque não controlamos a necessidade daquele alívio imediato… Atividades físicas ajudam a manejar esse desejo incontrolável por alimentos hipercalóricos, mas quando fazer? A minha sugestão é inserir na rotina das crianças atividades que mexam o corpo, especialmente ao ar livre e que você participe! Procure reduzir o tempo de lazer sedentário para toda família (ou seja, menos tempo em frente a TV ou telas).  

Para a alimentação, não fuja do básico. Faça as refeições em família e todos devem comer a mesma comida (exceto quem tiver restrições clínicas). Consumir o mesmo alimento facilita demais o trabalho na cozinha. Evite excessos gastronômicos durante eventos e confraternizações; não é passar fome, mas procure não comer até passar mal. 

Sem desespero. Sem comparações. Escreva a sua história. Não existe receita para maternar. Nem receita que te faça emagrecer milagrosamente. Algumas vezes, o peso está na cabeça, retire antes de subir na balança. 

Revisora – Gisele Sertão

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