Mulheres-mães protagonistas da própria história

Ser mãe é…viver na culpa?

Ser mãe é…viver na culpa?

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Por: Valeria de Oliveira Alves – @valeria_deoalves

A culpa é, provavelmente, o sentimento que mais nos atormenta como mães. Segundo o dicionário, a culpa é a responsabilidade de um dano ou prejuízo causado a alguém. 

No nosso caso, a culpa é uma angústia por não fazer algo que achamos que deveríamos (nós mesmas!) fazer. Exemplo: a criança não quer comer legumes nas refeições, a mãe se sente culpada pelo filho não estar seguindo uma alimentação saudável como ensina as revistas e reportagens televisivas (ou mesmo como o pediatra aconselha). De quem é a culpa dessa criança só gostar de comer arroz e batata?

Você acertou: é da mãe. É assim que pensamos, mas também é assim que a sociedade age.

Ser mãe é viver com a culpa. Culpa por não ser perfeita e não termos filhos perfeitos. Assim nos sentimos. Se a criança chega descabelada ou bagunçada na escola, os olhos recaem sobre a mãe (mesmo que a criança tenha virado de cabeça pra baixo no banco de trás do carro). E, claro, a mãe também não pode estar descabelada! Agora que é mãe não se cuida enquanto mulher?! (Vai “perder” seu marido, hein!). Que absurdo!

O discurso não é esse? E, muitas vezes, quem usa esse discurso são justamente outras mulheres. Com isso, se não deu pra fazer a unha e o cabelo naquela semana, nos sentimos culpadas. Não conseguiu olhar a agenda da criança quando chegou da escola?
Que mãe descuidada! O dever de casa não ficou perfeito? A mãe é uma desleixada!

E nas férias? Culpas e mais culpas. Por não viajar com a criança. Não brincar com ela. Não levar para o cinema, teatro, parque ou museu. Nunca levou seu filho a um museu? Que mãe é você? Ah, você estava de férias junto com seus filhos? Não deu tempo de fazer tudo isso? Não levou a pobre criança na pracinha? Culpa, culpa e mais culpas.

Então você sai uma noite pra conversar com uma amiga. Uhuu! Finalmente um tempo pra você e seu umbigo. Mas no restaurante tem vários casais com crianças. E tem uma área reservada de brinquedos. Lá vem a culpa. Seu filho ia adorar brincar ali. Como você saiu e deixou a criança – em plenas férias! – em casa na frente da TV? Que mãe!

A mulher precisa, ao ser mãe, conseguir controlar e analisar essas culpas. Acredito que precisamos continuar a fazer coisas para nós: mesmo sentindo a culpa! Na verdade, precisamos desse espaço e tempo para nós. E precisamos ser nós mesmas sem se curvar a tantas cobranças sociais. Acho que querer ser uma mãe melhor nos ajuda a desenvolver como ser humano e cuidar bem das crianças. Buscar a perfeição, no entanto, não nos leva a lugar algum. Além de corrermos o sério risco de perder a razão.

Caso a culpa seja demais, a terapia pode ajudar. Nem que seja terapia com as amigas!

Revisão: Luiza Gandini – @lougandini.

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